Governo reduz para 26 os postos prioritários na rede REPA. Veja o novo mapa
Pedro Marques Fernandes afirmou, em conferência de imprensa de balanço do efeito da greve, que o stock de gasóleo nos postos de abastecimento subiu de 51% para 63% e de gasolina de 41 para 45%. O ministro assegurou que no
Algarve a situação também é semelhante ao restante país.
Os postos que estavam exclusivamente destinados a abastecer veículos prioritários na rede REPA vão ser reduzidos de 52 no continente para 26. O ministro garantiu que onde existir risco de incêndios não serão reduzidos. Veja aqui o novo mapa.
Pedro Matos Fernandes afirmou que o Aeroporto de Lisboa já está a ser também abastecido a 100%, "numa situação completamente normal". E explicou que foram notificados 12 motoristas por incumprimento da requisição civil, que imediatamente foram trabalhar.
Entretanto, os motoristas de matérias perigosas garantiam que mantinham a greve. "Não estamos isolados. Temos os trabalhadores mobilizados. Não se deixam vergar. Estamos aqui duros como o aço", disse esta manhã de sexta-feira o presidente do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas, Francisco São Bento.
O responsável sindical demarcava-se assim da decisão do Sindicato dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que também tinham aderido à greve, e que na quinta-feira à noite chegaram a acordo com a Antram, a associação patronal do setor. Francisco São Bento reconheceu não saber as razões da desistência do SIMM, mas garantiu que no caso dos motoristas a paralisação é para manter.
Francisco São Bento recusou a ideia de negociar com a Antram suspendendo a greve. "Vamos continuar até que se chegue a uma conclusão", garantiu. Admitiu ao mesmo tempo que "poderá durar uma semana, um mês, um ano se for necessário".
O responsável sindical - que deu a cara em vez do habitual porta-voz do Sindicato, Pedro Pardal Henriques - frisou que as condições dos motoristas de matérias perigosas estão sobre a mesa. "Vamos negociar". Até lá, entende que "não é teimosia manter a greve", que só será desconvocada quando o que reivindicam for atendido.
O sindicato enviou na quinta-feira à noite, precisamente no dia em que a outra estrutura sindical chegou a acordo com a Antram, um requerimento a pedir a mediação do governo. "Falta agora o governo fazer a sua parte, sentar a Antram à mesa". O sindicalista lembrou que se a mediação, figura que está prevista no Código do Trabalho, avançar poderão ser feitas reuniões bipartidas, entre governo e Antram e governo e o sindicato.
Ao final do dia de quinta-feira veio a surpresa da desmobilização do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (CIMM), que até então se diziam de pedra e cal na greve. O CIMM chegou a acordo com a Antram para negociações que começão a 12 de setembro.
"A greve vai ser desconvocada. Não surtiu na realidade os efeitos que desejávamos, mas surtiu em alguma parte porque hoje fala-se da profissão de motorista, da nossa vida, há um conhecimento do que é a nossa profissão e a nossa categoria profissional", afirmou Anacleto Rodrigues, porta-voz do (SIMM), depois de uma reunião no Ministério das Infraestruturas. Assim, os 150 motoristas afetos a este sindicato voltaram ao trabalho.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, reagiu de imediato. Disse esperar que o SNMMP siga o exemplo do SIMM. "Fazemos o apelo ao SNMMP para que desconvoque a greve e se junte a este processo negocial. É o que todos os portugueses esperam", afirmou. "O país inteiro espera pelo fim da greve, e os motoristas também", reforçou.
Pedro Nuno Santos garantiu que o governo não está a isolar o sindicato dos motoristas de matérias perigosas e deseja que também esta estrutura volte à mesa negocial. "Não queremos que ninguém fique isolado, queremos que a greve seja desconvocada", reiterou o ministro. "Esperamos que seja escolhida a via do diálogo e para isso é preciso a desconvocação da greve", esclareceu.
Para Pedro Nuno Santos é necessária a via negocial para se chegar a um entendimento, e "isso não se faz em contexto de greve. Não é assim em lado nenhum, em país democrático nenhum, em setor nenhum". "Esta greve é má para todos", referiu o ministro das Infraestruturas.
O primeiro-ministro também quis marcar o momento em que um dos sindicatos desistiu da greve, escrevendo no Twiter esperar que "mais este exemplo inspire outros" e que "ninguém fique isolado numa greve estéril que compromete o diálogo".