Ministra do Mar vai falar sobre greve no Porto de Setúbal
A greve dos estivadores no Porto de Setúbal que começou no início de novembro é o tema de uma conferência de imprensa da ministra do Mar, agendada para as 11.30. Esta decisão surge no dia em que o Jornal Económico noticia que o governo está a estudar a possibilidade de avançar para a requisição civil para desbloquear a situação que se vive no porto sadino.
A paralisação no Porto de Setúbal dos chamados trabalhadores eventuais, estivadores que são chamados quando há trabalho e que cumprem contratos com a duração de oito horas sendo despedidos no fim desse período e readmitidos para o próximo turno, decorre desde 5 de novembro. A este protesto juntou-se a dos estivadores afetos ao Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística ao trabalho extraordinário. Os trabalhadores pretendem a contratação pelas empresas que trabalham no porto de cerca de 50 pessoas
Sem qualquer movimentação no porto as empresas exportadoras começaram a pressionar o governo com a Autoeuropa a ser uma das principais afetadas pois não consegue escoar a produção, ao ponto de ter cerca de 20 mil carros de carros parados no porto e na base aérea do Montijo. Situação que pode levar a firma alemã a parar a produção já esta sexta-feira em vez de cumprir o plano de interrupção previsto para 22 de dezembro e que se iria prolongar até 4 de janeiro.
Perante o arrastar da situação - que não foi desbloqueada com a intervenção da ministra do Mar que agendou reuniões com os representantes da Operestiva - Empresa de Trabalho Portuário de Setúbal e o SEAL (Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística - o Jornal Económico noticia esta sexta-feira que o governo está a analisar a possibilidade de avançar com a requisição civil prevista numa lei de 1974.
De acordo com o semanário o primeiro-ministro António Costa terá dado instruções para que fosse analisada a legislação que define "os princípios a que se deve obedecer a requisição civil".
Segundo o JE os ministros dos Negócios Estrangeiros e Adjunto e da Economia, respetivamente Augusto Santos Silva e Pedro Siza Vieira, têm mantido contactos com a administração alemã da Autoeuropa e com a embaixada da Alemanha em Portugal, pois têm sido transmitidas ao executivo as preocupações germânicas sobre o bloqueio à saída dos carros fabricados em Palmela.