Miguel andou a fugir à covid-19 para salvar a vida do cancro

E de repente, o cancro obriga a um intervalo na vida. O diagnóstico chegou no dia 24 de julho de 2021. O médico olhou para a Ressonância Magnética e foi direto: "Não há como dizer isto de muitas formas. Tem um tumor na perna". Aos 48 anos, numa vida em que só existiam episódios felizes, Miguel Góis jamais esquecerá o momento. A partir daqui, encetou uma luta contra o tempo para lhe salvarem a perna e a vida. Mas também uma luta contra a covid-19, senão não poderia ser tratado. O vírus fez-lhe a vontade, só o apanhou agora, logo após a alta hospitalar...
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É filho único e neto único também, mas aos 48 anos Miguel Góis tem quatro filhas, com 11, 8, 7 e 5 anos. Em pequeno aprendeu a entreter-se sozinho, portanto, quando chegou a pandemia em 2020, e teve de fazer o confinamento sozinho em Paris, onde trabalha - é engenheiro civil e diretor-geral de um grupo de construção português -, longe da família, soube o que tinha a fazer: falar ao telefone com a mulher, as filhas, os pais, os amigos, ver filmes, ouvir música e ler.

O tempo não custou a passar, embora seja um homem habituado a trabalhar muito, a viajar e a conduzir, sendo esta das coisas que mais gosta, dada a sua paixão por carros desportivos. Nessa altura, não lhe passava pela cabeça o que o esperava no futuro. Se lhe dissessem, provavelmente, não acreditaria, porque a vida, como nos confessa, só a conhecia com "episódios felizes", afirmando: "O episódio mais triste que tive foi a morte de uma avó muito próxima com covid-19 em 2020."

Mas o ano de 2021, e apesar de até aí ter resistido ao vírus que assustava o mundo, seria aquele que lhe viria a dar outro contexto na vida. Uma "dorzinha" no joelho direito, surgida em meados de abril, e que começou por tratar com pomadas e gelo, parecia ter vindo para ficar, obrigando-o, num dos fins de semana que veio a Lisboa, a procurar um amigo, médico ortopedista, para o observar e tentar diagnosticar.

"Os primeiros sintomas tive-os por volta do dia 22 de abril. Uma dorzinha no joelho direito que, à boa maneira de ex-aluno do colégio militar, antigo cavaleiro e antigo jogador de râguebi, achei que trataria com pomada e gelo", conta ao DN enquanto faz fisioterapia no Serviço de Medicina e Reabilitação do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, onde vai três vezes por semana, depois da operação a 4 de janeiro, em que lhe retiram um tumor e substituíram todo o fémur por uma prótese.

Na altura, Miguel conta que pensou mesmo: "Não é uma dorzinha no joelho que me vai chatear, mas fiquei o mês de maio em Paris por causa de trabalho e a dorzinha começava a moer-me, mais a andar do que quando estava quieto."

É quando decide falar com um amigo que é médico ortopedista, num fim de semana que vem a Lisboa, para lhe dizer que anda assim há mais de um mês. Combinam uma consulta no hospital privado onde o amigo trabalha e Miguel acaba por ficar mais tempo em Portugal. "Tenho seguro de saúde em França, mas preferia ser tratado em Portugal. Mais a mais porque tenho perfeita consciência que temos tão bons ou melhores médicos do que eles".

A sua história impõe um intervalo nos exercícios de fisioterapia. Miguel concentra-se na memória das dores, dos dias e de todos os momentos que o levaram até ao dia do diagnóstico. Tudo está ainda muito vivo em si pela forma como desfia a cronologia dos factos, mas com humor e coragem, comentando: "É como se estivesse a viver um intervalo na minha vida".

Mas volta à história. "O meu amigo vê-me a perna toda, apalpa-a, vê o joelho e diz-me que não sente ali nada, mas que, mesmo assim, era melhor fazer uma Ressonância Magnética (RM) para ficarmos descansados. Fiz a RM no dia 9 de junho, a 13 ou 14 ele liga-me a dizer que o exame não mostrava nada", mas, nestas situações, "a dor é que manda, portanto, aconselhou-me a fazer umas injeções para aliviar a dor. E assim foi", continua.

Volta a Paris, mas a dor voltou também. No dia 22 de junho, dá um mau jeito ao joelho e teve de começar a andar de canadianas. Na altura, conta, "achei que o mau jeito poderia ter acontecido por ter andado sempre a proteger aquela perna durante o mês de maio. Nunca era a perna direita que começava a subir as escadas ou que avançava para andar. Eu próprio notava que os músculos estavam a ficar mais atrofiados".

E no fim de semana que veio a Lisboa voltou ao amigo médico. "Ele achou que o mau jeito nada deveria ter a ver com a dor do joelho. Poderia ser outra coisa. E disse-me: "Vou receitar-te três a quatro sessões de fisioterapia para ver se vai tudo ao lugar". E foi. Deixei de senti dor por uns dias e de andar de canadianas".

Regressa a Paris. A dor regressa também. Sucedem-se dias com novos exames. Desta vez à coluna, mas sem nunca ninguém encontrar nada que pudesse ser diagnosticado. As injeções que apanhava aliviaram-lhe a dor. E a vida corria desta forma, entre Paris e Lisboa.

Até que no dia 17 de julho, quase dois meses depois dos primeiros sintomas, ao entrar na banheira, deu novo mau jeito. "Foi como se tivesse torcido um tornozelo, mas só que foi a perna toda. Senti mesmo como se algo se estivesse a rasgar por dentro, e pensei: 'Isto é alguma coisa má'. Já não consegui andar. Tive de ir buscar as canadianas outra vez. Fiquei até ao final da semana em Paris e depois apanhei o avião para Lisboa. Fui outra vez à consulta do meu amigo e, nesta altura, começava a aparecer um alto do lado direito do joelho. Quando ele vê aquilo diz-me que temos de fazer já uma radiografia. E quando a vê, o olhar muda. Vira o ecrã do computador para eu ver também. O Rx tinha a linha do fémur, mas a meio tinha uma espécie de nuvem e depois osso outra vez. É quando me diz: 'Não sou o melhor especialista nisto, deves ter uma lesão óssea. Vou pôr-te já a falar com um colega especialista na área'".

A voz de Miguel embarga. Pede desculpa, "é tudo muito recente". À sua volta, a fisioterapeuta Inês Martins e a médica que o acompanham na reabilitação, Edite Cordeiro, comentam ser "um caso raro" e "uma história difícil". Miguel regressa ao discurso para dizer que, aqui, percebeu que a sua vida, se calhar, iria ter outros episódios que não integravam o formato que conhecia. Para um aficionado de cinema, a realidade começava a parecer um filme. O médico amigo disse-lhe: "Faz nova RM, os meus colegas vão precisar disso", e aconselhou-o a ter todo o cuidado, porque "a perna deve estar quase a partir, nesta zona (mostrando a nuvem no meio do fémur) já quase que não há osso".

Miguel fez a RM a 23 de julho. No dia seguinte foi ao especialista recomendado pelo amigo. "Levei o exame ao Dr. Portela. Ele olha para mim e diz-me: "Não há muitas formas de dizer isto, mas tem de ser. É um tumor".

Aos 48 anos, "tudo desabou", confessa, recordando ainda o discurso do médico: "É um tumor, se é benigno, maligno ou que dimensão tem ainda não sabemos. Vai ter de fazer uma bateria de exames, quanto mais depressa melhor, porque assim teremos um diagnóstico mais rápido". Este dia foi...".

O silêncio regressa à voz e ao olhar de Miguel, que rapidamente dispara com a ironia da vida: "Estava habituado a construir hospitais. Tive alguns projetos na América Latina, mas tinha pavor de os frequentar, mas a partir daqui teve de ser".

Numa semana fez os exames necessários. Os resultados começaram a chegar e "a coisa parecia que não era assim tão má como se poderia imaginar", diz. Pelo menos, o tumor "estava localizado e a TAC ao abdómen não indicava metástases", o que era "muito bom".

No dia 1 de agosto, ao subir para a cama, "a perna dobrou-se e partiu. A minha mãe ao ver aquilo desmaiou, as minhas filhas choravam, a minha mulher teve sangue frio, esticou-me a perna, e o meu pai ligou para o 112. Fui levado para as urgências do Hospital São José. Foram dores horríveis, um verdadeiro pesadelo. Fiz uma fratura patológica. Colocaram-me uma ligadura de tração cutânea e aliviaram-me as dores. Felizmente, os médicos conhecem-se todos e em pouco tempo ficaram a par do meu caso".

Dois dias depois foi transferido para um hospital privado para fazer uma biópsia. E, como diz a rir, "à boa maneira de engenheiro pensei que era melhor ter duas amostras do que só uma e perguntei ao médico se era possível. Ele disse que sim. Uma seria analisada ali, a outra enviei para Coimbra, onde tenho médicos da família. Mas os dois relatórios dão coisas diferentes. Um dizia que era um sarcoma de Ewing, o outro um tumor em células gigantes". Basicamente, ficou sem saber o que o esperava. Miguel conta que o Dr. Portela aconselhou a que tirasse a ligadura e colocasse um fixador externo, que o protegeria mais e não lhe daria tantas dores. "Era uma armação enorme, parecia que tinha uma Torre Eiffel na perna. Tive de trocar a cadeira de rodas normal por uma de obesos, que não entrava em lado nenhum e que só cabia em ambulâncias especiais".

Foram dias de desespero, de dores, até chegar a uma consulta no Hospital de Santa Maria, onde foi visto pela Prof. Isabel Fernandes. "Quando me sento no gabinete, a professora pergunta-me se sei porque estou ali. Digo-lhe que sim: "Tenho um tumor e tenho de fazer quimioterapia". Ela foi frontal, eu também. Se é para fazer, é para fazer. Mas quando a professora olha para os resultados das duas biópsias diz-me: "Com isto não consigo fazer nada, são protocolos diferentes. Vou ter de fazer uma análise molecular"".

Foram mais 15 dias de espera, mais desespero, uma autêntica luta contra o tempo para iniciar a quimioterapia antes da operação para lhe salvarem a perna. "A minha perna tinha o dobro do tamanho do que ainda tem agora", aponta para o lado direito, sentado na marquesa.

A equipa de médicos que o começou a acompanhar em Santa Maria avisou-o que não seria possível salvar a perna no estado em que estava. Tinham de fazer quimioterapia antes da cirurgia para ver como reagia o organismo. Na altura, confessa, "tive momentos de desalento".

A análise molecular foi feita no Hospital Santa Maria e o resultado também foi diferente das duas biópsias. "Segundo o laboratório já era uma metástase de um tumor renal. A médica esteve ao telefone com os colegas do laboratório a dizer que não era possível porque a minha TAC, ao corpo inteiro, não tinha nada. Ou seja, até àquela data não tinham conseguido saber qual o tipo de sarcoma que tinha, mas havia que tomar decisões e a Prof. Isabel Fernandes disse-me que tinha de levar o caso à reunião de grupo multidisciplinar para ouvir os colegas. E discutiu-o com o Dr. Luís Costa (que é diretor do serviço de oncologia), com o Dr. Joaquim Brito e com o Dr. Portela. Foi quando decidiram avançar com um protocolo de quimioterapia que tinham feito a outro doente e que tinha resultado. Assim que começo a fazer quimioterapia a minha perna começa a desinchar".

Miguel assume: "Escusado será dizer que isto me salvou a perna e a vida. Esta é a verdade." Novo intervalo nas palavras. "Nunca me deram falsas expectativas. As biópsias não deram um diagnóstico certo e havia que arriscar numa solução. Eles arriscaram e resultou. Tive muita sorte". Durante seis meses, fez sessões de quimioterapia de três em três semanas e da lista infinita de efeitos secundários, o único que sentiu "foi a queda de cabelo que ainda permanece".

Mas aqui começa outro filme na sua vida. Aquele em que teve de andar a fugir à covid-19 para que nada interrompesse os tratamentos ou comprometesse a operação no momento certo, além do mais nunca se sabia que complicações é que o vírus poderia trazer ao seu organismo e sistema imunitário fragilizado. "Em minha casa teve de ser montado quase um cordão sanitário para eu não apanhar o vírus. No quarto só entrava a minha mulher, sempre de máscara e de luvas, ficando o menos tempo possível", conta.

De agosto a janeiro, não abraçou as filhas, via-as apenas quando assomavam à porta do quarto, e também nunca lhes falou na palavra tumor. "É uma palavra que tem uma carga muto forte, que está associado a morte, e não queríamos causar-lhes esse sofrimento".

Os momentos que se seguiram a 14 de setembro, dia da primeira sessão de quimioterapia, foram difíceis, nem sempre acreditou no futuro, mas "tive sempre pessoas ao meu lado que acreditaram", desde os profissionais à família e aos amigos.

Miguel saía de casa de três em três semanas para o tratamento. O resto do tempo passava-o a ver filmes, clássicos, a ler banda desenhada ou a falar ao telefone com amigos que "também me deram muita força". Chegou o Natal e passou-o sozinho no quarto. Fez a última quimioterapia a 27 de dezembro e a 3 de janeiro entrou em Santa Maria para uma cirurgia de 10 horas. "Foi uma operação em que me retiraram o tumor em bloco e inseriram uma prótese que vai da anca até ao joelho". A médica Edite Cordeiro dá uma achega: "A cirurgia do Miguel foi muito desafiante. Todo o fémur foi removido e trocado por uma prótese. A parte muscular teve que ser removida, praticamente só ficou com um dos músculos da coxa, e, nesse sentido, é uma recuperação muito desafiante do ponto de vista motor".

A operação correu bem, Miguel teve de ficar alguns dias em cuidados intensivos para estabilizar até passar à enfermaria. Ao todo, foram quase 20 dias de internamento. A alta foi dada a 23 ao final da tarde. Agora regressa três vezes por semana para fazer fisioterapia. A fisioterapeuta Inês Martins diz que "é um doente muito colaborante e muito positivo e isso vai ajudar muito na sua recuperação". Os primeiros dias de exercícios não foram fáceis, "foi tudo mais à base do fisioterapeuta", dizem Inês Martins e Edite Cordeiro. Riem-se. "Temos de ser nós a fazer mais força", comenta Inês Martins.

Miguel está a trabalhar o fortalecimento dos músculos e a mobilidade. Tem de ganhar amplitude. "Tem muita falta de força a nível da extensão do joelho o que são limitações para a marcha, que queremos que faça o mais normal possível", explica a técnica.

É mais um percurso, que está muito no início, porque se conseguiu escapar ao vírus até à operação não escapou a ele assim que saiu do hospital. Dias depois estava a sentir alguns sintomas e deu positivo. Depois dele, a mulher e a filha mais velha também, dias depois a do meio também. Só a mais nova escapou. Quanto tempo vai ter de caminhar para o Serviço de Reabilitação de Santa Maria, Miguel não sabe. Inês Martins diz que "a recuperação vai demorar um pouco. Também dependerá do Miguel, mas os ganhos que se conseguem são lentos".

Cada dia é um dia, cada movimento uma vitória. Miguel diz que só tem de agradecer aos profissionais que encontrou. "Tenho sido tratado como não imaginava que fosse possível, porque há situações que ultrapassam o lado técnico. Não há nada nos manuais que digam que a médica que me esteve a acompanhar no recobro, após a operação, me tivesse de dar o telefone dela para ligar à minha mulher e ver as minhas filhas. Não há nada que diga que cada enfermeiro que participou na operação fosse ver-me e dar-me força. E isto eu só tenho de agradecer".

A professora Isabel Fernandes que o diagnosticou assim que falámos no nome dele diz de imediato que sabe quem é. "O caso do Miguel é raro e difícil", admite, mas "o doente está a responder fantasticamente a tudo. Vamos ver o que acontece no futuro".

A médica explica que o caso é raro porque "se trata de um sarcoma, e os sarcomas são tumores raros. Depois, porque era um tumor muito grande, tinha mais de 30 centímetros, e, por fim, porque não foi possível obter um diagnóstico concreto, se era um tumor primário ou se era uma metástase de um tumor. Tivemos de fazer exames moleculares para tentarmos perceber melhor o diagnóstico. Foi um caso que teve de ser muito bem analisado para tomarmos decisões sobre a terapêutica a seguir".

E esta foi decidida depois de terem constatado que "só havia uma lesão. Foi então que decidimos que o doente tinha de ser tratado e operado como se tivesse um tumor ósseo, sarcoma, de alto grau e primário - ou seja, não como se de uma metástase se tratasse". Foi o que aconteceu. Em setembro, Miguel começou a quimioterapia para reduzir o tumor e começou logo a responder bem ao tratamento. "Conseguiu-se reduzir imenso o tumor e ele fez todas as sessões até à operação", afirma Isabel Fernandes.

Ao facto de ser um tumor raro, que não foi logo detetável nos exames, Isabel Fernandes alerta para algo que não se deve fazer. "Na altura, o doente não vivia em Portugal, deixou arrastar os sintomas e o tumor cresceu muito em dois meses".

Neste momento, "está tudo a correr bem. O Miguel é um doente muito colaborante e está a responder fantasticamente", mas, em oncologia, "o futuro é uma incógnita. Tem de ser um dia de cada vez". Mas Miguel acredita que vive apenas um intervalo na sua vida e que no futuro "terei mais episódios felizes".

A 13 de julho assinala-se o Dia Mundial do Sarcoma, o tumor que ainda assusta a comunidade médica e doentes. Mas se antes era certo que este diagnóstico indicaria um futuro menos bom. Agora, já não é assim. Muitos destes tumores têm resolução. O importante é estar atento aos sinais e procurar ajuda de imediato para ser possível um diagnóstico precoce.

Fique a saber que, segundo a literatura médica, o sarcoma é um tumor ósseo ou dos tecidos moles, pertencendo a um grupo raro e heterogéneo dos tumores malignos, atingindo sobretudo a faixa dos mais novos, já que representa cerca de 20% de todos os cancros pediátricos, e menos de 1% de todos os cancros diagnosticados em adultos. A sua origem primária desenvolve-se, em cerca de 20%, no osso e, em 80%, nos tecidos moles conjuntivos, incluindo músculos, cartilagens, ligamentos, tendões, bainhas nervosas, vasos sanguíneos, tecidos sinoviais, tecido fibroso, tecido adiposo, entre outros.

Mas há mais. Embora possam surgir em qualquer parte do corpo, a maioria dos sarcomas, cerca de 55%, localiza-se nos membros inferiores e superiores. Histologicamente os sarcomas podem ser classificados de acordo com o seu grau de malignidade: baixo (G1) ou alto grau de malignidade (G2), no caso de sarcomas ósseos; baixo (G1), intermédio (G2) ou alto grau de malignidade (G3), no caso dos sarcomas de tecidos moles. Quanto maior o grau de malignidade de um sarcoma, maior a sua agressividade e maior a probabilidade de surgirem metástases à distância.

Em Portugal, estima-se que todos os anos sejam diagnosticados entre 400 a 500 novos tumores malignos dos tecidos moles e mais de 120 nos ossos e articulações. Por ser raro, por ser um tumor muito agressivo, por atingir sobretudo as faixas etárias mais jovens, desde crianças a jovens e adultos jovens, a comunidade médica tem usado o dia mundial que se assinala em julho para alertar a sociedade sobre a importância de "não se desvalorizar os sintomas".

O objetivo será sempre o de alcançar um diagnóstico precoce, já que o progresso da medicina no tratamento destes tumores já permite a melhoria da sobrevida para os doentes, chegando aos 80% nos sarcomas ósseos e aos 60% e 70% nos sarcomas de tecidos moles, dependendo do grau e extensão da lesão. Até agora, o único tratamento verdadeiramente eficaz é a cirurgia.

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