Metro de Mirandela faz ultimato à CP e ameaça suspender transporte

O Conselho de Administração do Metro de Mirandela deu hoje um prazo de 30 dias para a CP decidir se assume os custos do transporte na linha do Tua, caso contrário a empresa transmontana deixa de assegurar o serviço.
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O presidente do Metropolitano de Superfície de Mirandela, José Silvano, diz que a empresa não tem mais condições para continuar a suportar os custos com nove funcionários e três carruagens.

Há oito meses que a linha está encerrada na maior parte da sua extensão, entre o Cachão e o Tua, algo que o Conselho de Administração (CA) do Metro entende ser da "exclusiva responsabilidade" da CP.

A empresa esperava pela reabertura até 31 de Março, de acordo com o que ficou estabelecido pela tutela, depois do acidente de 22 de Agosto, que provou um morto e dezenas deferidos.

O Metro de Mirandela faz o transporte ao serviço da CP, que comparticipa com 124.550 euros os custos anuais, que, segundo José Silvano rondam os 250 mil euros.

De acordo com o responsável, o município de Mirandela, sócio maioritário do metro, tem que "entrar com seis mil euros mensais", uma despesa que não está mais disposto a suportar.

A CP tem 30 dias para responder à proposta do CA do Metro e, caso não assuma os custos totais operacionais, a empresa vai denunciar o contrato e proceder à reestruturação do Metro, de que é também sócia a CP, embora minoritária.

Silvano diz que pode "haver mesmo despedimentos" nessa reestruturação que implicará redução de pessoal e de material, com a venda de algumas das três carruagens.

O Metro continuará a fazer apenas o percurso entre o Cachão e Mirandela, de que é concessionário directo e que será também o único troço não afectado pela barragem de Foz Tua.

A construção da hidroeléctrica, que pode submergir a maior parte dos menos de 60 quilómetros da linha, está dependente da Declaração de Impacte Ambiental, prevista para os próximos dias.

A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paulo Vitorino, já fez saber que o futuro da linha depende dessa decisão sobre a barragem.

Nos últimos dois anos, a circulação esteve suspensa na ferrovia por largos períodos devido à sucessão de quatro acidentes com outras tantas vítimas mortais.

A Agência Lusa tentou obter um comentário junto da CP sobre esta matéria mas não foi possível obter uma resposta em tempo útil.

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