Metadona não foi mencionada no relatório da polícia

Autópsia ao corpo de Andy Irons foi inconclusiva. Polícia diz ter encontrado no quarto de hotel calmantes e comprimidos para dormir. Homenagens ao tricampeão em todo o mundo
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A morte de Andy Irons continua envolta em mistério. O relatório da polícia sobre o que foi encontrado no quarto de um hotel em Dallas, onde estava o corpo do surfista, dá conta de terem sido recolhidos frascos de medicamentos, um com calmantes e outro com comprimidos para dormir. A suspeita de metadona não foi confirmada, pois não há qualquer menção da substância no relatório, publicado pelo site TMZ.

A autópsia foi inconclusiva. O corpo do tricampeão não apresentava qualquer traumatismo, pelo que terá de se esperar pelos resultados dos exames toxicológicos, que poderão demorar dois meses até serem conhecidos.
A polícia interrogou testemunhas, entre elas quem encontrou o corpo de Irons (que tinha 32 anos) na terça-feira, quando este não respondeu ao serviço de despertar. Segundo o relatório, estava deitado na cama de costas, tapado até ao pescoço com o lençol. Apesar de não ter sido confirmada a metadona, a tese de overdose ainda não foi excluída devido à mistura de medicamentos encontrada. Já os amigos de Irons acreditam que foi o dengue que o matou.

"Ele teve febres altas por causa do dengue há alguns anos em Bali. Agora aconteceu o mesmo... e foi isso...", afirmou o também campeão do mundo Mark Occhilupo. Ninguém quer ouvir falar em drogas, apesar de admitirem que Irons teve a fase de party boy. "Nos últimos anos ele tinha acabado com essa parte da sua vida", salientou Nick Carrol, amigo de Irons.

Mas foi a declaração de Koby Abberton a um jornal australiano que mais se destacou. "Ele queria morrer jovem. Ele sabia. Mais ou menos todos sabíamos. Penso que queria ser recordado como o Elvis. Depois soube que ia ser pai e afirmou: 'Retiro tudo o que disse, quero estar aqui para o meu filho.'"

Entretanto, a consternação deu lugar a diversas homenagens, um pouco por todo o mundo. A de maior expressão aconteceu em Porto Rico, onde está a decorrer a penúltima etapa do Mundial, que Andy Irons não competiu devido a doença. Aos surfistas do circuito mundial juntaram-se várias dezenas que realizaram um círculo no mar onde depositaram flores. "O título mundial passou a ser insignificante. Todos preferíamos tê-lo de volta. Pensar em apanhar uma onda, em garantir as notas... isso agora é difícil", afirmou Kelly Slater, o grande rival de Irons.

Negócio aumentou

Nos EUA é muito popular coleccionar cartões com fotografias de atletas. O surf não tem a popularidade do basebol, mas um cartão de Irons que custou 25 dólares (cerca de 18 euros) acabou vendido por 160 (cerca de 114 euros) ao final da manhã. À tarde, já custava 350 (cerca de 256 euros).

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