Mediterrâneo. "Conflitos devem ser resolvidos de uma forma pacífica e dialogada"

O primeiro-ministro António Costa reuniu esta manhã com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, tendo discutido a tensão entre Grécia e Turquia.
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Os 27 preparam-se para uma longa discussão sobre a onda de confrontação da Turquia com a Grécia e Chipre. Os dois países europeus queixam-se de violações ao espaço territorial, por parte dos turcos, e pedem que sejam aplicadas sanções a Ancara. A discussão promete não ser pacífica.

O primeiro-ministro português, António Costa, reuniu-se esta manhã com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, a quem apelou à intervenção, de modo a que possa ser encontrada uma solução que evite sanções a um estado membro da Nato.

Mas considera também que a Turquia deve respeitar a integralidade do território dos dois países europeus, e expressa solidariedade com o Chipre e com a Grécia, no conflito com a Turquia. O primeiro-ministro António Costa considera que a confrontação entre parceiros da Nato deve ser resolvida a bem.

"Os conflitos devem ser resolvidos de uma forma pacífica e dialogada, sem sanções, e sem qualquer tipo de confrontação", afirmou António Costa, apelando à intervenção do secretário-geral da Nato, Jens Stoltenberg, o qual não esconde a preocupação dentro da aliança.

"A situação no leste do Mediterrâneo é difícil e os aliados já expressaram preocupações", reconheceu Stoltenberg, esperando que os dois parceiros possam resolver o conflito de forma negociada, e propõe uma solução no quadro da Aliança Atlântica.

"Aqui na NATO criámos o mecanismo de resolução de conflitos, entre a Grécia e a Turquia, para reduzir os riscos de incidentes e acidentes, entre dois aliados, quando vemos mais presença militar no leste do Mediterrâneo. E eu saúdo o facto de a Grécia e a Turquia terem aceitado contribuir para esse mecanismo e ter concordado em cancelar alguns exercícios militares", disse.

Nesta fase, Portugal não acompanha eventuais propostas de sanções à Turquia, na União Europeia, mas António Costa afirma que está ao lado dos dois países europeus e expressa "total solidariedade com o Chipre e com a Grécia, e com o direito que têm a ver integralmente preservada a integridade do seu território, e as suas águas territoriais".

No primeiro dia da cimeira europeia, serão abordadas questões da agenda internacional. E, "conforme acordado em outubro, também voltaremos a falar das relações com a Turquia", refere o presidente do Conselho Europeu. Este será o tema a que os 27 dedicarão mais tempo, numa altura em que alguns membros da União Europeia clamam por sanções contra Ancara.

Na sequência das tensões da Turquia com a Grécia e Chipre, a União Europeia expressou a "determinação para ser respeitada", admitindo que quando reabrisse o dossier, teria em conta "uma agenda positiva" de diálogo e diplomacia, e outra "menos positiva", em que não são excluídas as sanções a pessoas próximas do poder.

Mas, no projeto de conclusões não constam sanções, e isso provocará desagrado junto dos governos dos países que tem estado sujeitos às pressões de Ancara. "Será um debate longo", admitiu um diplomata ao DN.

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