Médio Oriente. Economia primeiro, política depois é o plano de Washington
Jared Kushner afirmou que a prosperidade para os palestinianos não é possível sem uma solução política justa, mas que o acordo sobre a via económica a seguir é condição prévia para a paz israelo-palestiniana. O conselheiro principal da Casa Branca falou na abertura de um evento na capital do Bahrein, Manama, sobre o aspeto económico do plano de paz israelo-árabe gizado por Washington.
"O que nós elaborámos é o plano económico mais abrangente alguma vez criado especificamente para os palestinianos e para o Médio Oriente", disse. O plano de desenvolvimento de 50 mil milhões de dólares, revelado esta semana, tem sido duramente criticado por palestinianos e árabes em toda a região. "Podemos transformar esta região de vítima de conflitos passados num modelo para o comércio e o progresso em todo o mundo."
Washington disse que uma solução política será revelada mais tarde, o que levou à rejeição não só dos palestinianos, mas também dos países árabes com os quais Israel procura normalizar as relações. Nem os governos israelita nem palestiniano marcam presença no evento em Manama.
"A minha mensagem ao povo palestiniano é que, apesar do que dizem aqueles que vos dececionaram no passado, o presidente Trump e os Estados Unidos não desistiram de vós", disse o marido de Ivanka Trump.
Kushner reconhece que o crescimento económico e a prosperidade para os palestinianos não são possíveis sem uma "solução política justa e duradoura" para o conflito, uma solução que garantisse a segurança de Israel e respeitasse a dignidade do povo palestiniano.
"No entanto, hoje não se trata de questões políticas. Chegaremos lá no momento certo", disse.
O plano económico prevê um fundo de investimento de 50 mil milhões de dólares, ou seja, 43,9 mil milhões de euros para desenvolver as economias palestiniana e dos países árabes circundantes. Metade da verba seria investida nos próximos dez anos nos territórios palestinianos. O resto seria aplicado no Líbano, Egito e Jordânia.
Entre as 179 infraestruturas e propostas de negócios incluídas no plano de Kushner está, por exemplo, a ideia de criar um corredor de transportes entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Para isso o plano prevê uma verba de 5 mil milhões de dólares, ou seja, 4,3 mil milhões de euros. O financiamento de todo este plano económico, segundo a administração Trump, viria dos países árabes ricos, como a Arábia Saudita.
O plano, porém, parece morto à nascença, tendo em conta a onda de rejeição por parte dos palestinianos.