Medina já tem acordo para novo Centro de Congressos em Lisboa
A solução para o futuro dos congressos em Lisboa está encontrada e tomará forma junto à nova FIL, no Parque das Nações. Falta apenas o entendimento sobre quanto e como será financiado o projeto. O anúncio foi feito ontem por António Costa e põe um ponto final às dúvidas que permaneciam relativamente ao modelo que irá ser desenhado para assegurar eventos de grande capacidade em Lisboa, como a Web Summit - mas não só.
"O Turismo de Congressos é crucial para o nosso país e espero que muito brevemente a cidade de Lisboa esteja em condições de poder avançar, ou melhor, concretizar, um projeto há muito ambicionado, muitas vezes discutido mas que tem finalmente as vontades todas alinhadas e é só chegar àquela fase, sempre difícil, que é discutir quanto cabe a cada um, para se poder alcançar este objetivo", disse ontem o governante, que foi convidado pela Confederação do Turismo de Portugal a despir a pele de primeiro-ministro e a vestir a de secretário-geral do Partido Socialista para falar sobre o futuro da indústria do Turismo.
No debate atentamente seguido pelos presidentes e gestores dos maiores grupos hoteleiros nacionais, operadores turísticos, associações e companhias aéreas, como a TAP, Costa não levantou o pano em relação à solução que foi encontrada mas, à margem do evento, o primeiro-ministro revelou que "a solução está encontrada e é junto à nova FIL. O que falta discutir são os pormenores", disse Costa. Mais novidades só esperando por Fernando Medina que, pelas indicações dadas, "antes do fim do ano anunciará a solução".
O resultado do acordo deverá permitir cumprir a obrigação assumida perante a Connected Intelligence Limited (CIL), empresa que organiza a Web Summit, de ter mais espaço para receber o evento. Ficou claro, em outubro de 2018, aquando do anúncio, de que o evento ficaria em Portugal por mais uma década, que mais espaço iria traduzir-se na expansão da FIL, no Parque das Nações. Mas ao longo dos meses tornou-se evidente o desconforto da Câmara Municipal de Lisboa em relação a este modelo tendo havido, como noticiou o Expresso, um envolvimento direto do presidente na busca por uma solução alternativa ou complementar ao projeto que chegou a ser anunciado pela FIL e que prevê uma duplicação para um mínimo 90 mil metros quadrados (m2) dos espaços de exposição permanente, até 2021.
A par destas negociações, Paddy Cosgrave, CEO da Web Summit, mostrou através das redes sociais que estava em Portugal para procurar localizações alternativas para albergar o grande evento de tecnologia, demonstração que foi recebida em Portugal como uma forma de pressão perante as indecisões de Lisboa.
No final de maio, a diretora da Associação de Turismo de Lisboa avançou mesmo ao DN/Dinheiro Vivo que via com bons olhos a possibilidade de um novo grande centro de congressos. Mas não escondia que "o principal desafio é ter um espaço apto para receber eventos associativos e corporate para mais de seis mil pessoas, que tenha as infraestruturas adequadas e uma boa acessibilidade à hotelaria. Esta é uma lacuna na competitividade de Lisboa relativamente a cidades concorrentes, nomeadamente, Viena, Barcelona, Paris, Londres, Madrid, Estocolmo, Berlim, Amesterdão e Praga, que já investiram em equipamentos com esta dimensão e polivalência".
O DN/Dinheiro Vivo contactou a ATL e a CML mas não obteve resposta. A Fundação AIP optou por não prestar quaisquer comentários.