Média Mensal de assaltos a bancos cai para seteem 2009

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Nos primeiros quatro meses deste ano houve apenas 30 assaltos a bancos registados em todo o País. A média de 7 roubos desta natureza é menos de metade que a de 2008, ano em que este crime atingiu a maior dimensão de sempre, com 230 casos, mais do dobro de 2007. Um ano que ficou marcado pela tentativa de roubo a uma dependência do Banco Espírito Santo (BES), com o sequestro de clientes e funcionários a ser transmitido em directo pelas televisões.

As mais de duas centenas de roubos renderam 600 mil euros, de acordo com informações das instituições bancárias, que o DN revela em primeira mão. No entanto, o valor foi bastante inferior ao de 2007 - 1,5 milhões de euros - conseguido em menos de metade dos assaltos.

Onde os roubos deram mais frutos foi nas caixas multibanco (ATM) que passaram a ser um alvo preferencial de vários gangues. Em 2008 foram renderam 1,5 milhões de euros, mais 500 mil que em 2007.

O facto de terem sido reforçadas as medidas de segurança nos balcões e, principalmente porque houve instruções para reduzir o dinheiro em caixa, tornaram as agências pouco apetecíveis. Pelo menos para os profissionais. "Os casos que têm acontecido são quase sempre de gente inexperiente, indivíduos isolados, alguns com uma certa idade, que chegam a esperar pela sua vez na fila, pedem desculpa ao funcionário e mostram um papel a dizer 'Isto é um assalto'. Dizem que têm uma arma escondida no casaco ou no jornal, mas nunca se chega a vê-la", afiança uma fonte da polícia.

Para a PJ estes ladrões amadores são "mais difíceis de apanhar, porque sendo primários, não têm cadastro e não há qualquer referência deles".

Para os bancos, o mediático assalto à dependência da Marquês da Fronteira, Lisboa, do BES, não alterou "substancialmente" os investimentos e planeamento de segurança previstos. "A segurança por todos os motivos, mas principalmente a protecção dos funcionários, é sempre prioridade", garantiu um porta-voz oficial do BES.

Um responsável de segurança bancária conta que "nos dias que se seguiram ao mediático assalto houve uma grande pressão para adoptarem medidas de segurança que fossem visíveis para o público. Chegou a ser equacionada a colocação detectores de metais e vidros à prova de bala, mas demonstrou-se que em países que os têm, como a Inglaterra ou o Brasil, há mais vítimas".

A aposta é desmotivar 'passivamente' os assaltantes, quer pela medida de manter pouco dinheiro vivo em caixa (raramente hoje em dia um banco tem hoje mais de mil euros num balcão), quer através da inutilização das notas, no caso das ATM's.

"A tintagem das notas vai ser uma realidade a muito curto prazo", adianta o responsável de segurança de um dos maiores bancos nacionais. Trata-se de um sistema que lança uma tinta arroxeada nas notas no momento em que o sensores instalados denunciam uma tentativa de a mover ou arrombar. "As notas ficam completamente inutilizadas. Esta medida, juntamente com uma fixação mais forte dos equipamentos ao solo, bem como sistemas de alarmes, vão com certeza ser factores dissuadores importantes", assevera a mesma fonte.

O Millenium BCP já experimentou o dispositivo de tintagem em 2008 e foi o único banco que viu diminuir o roubo das suas ATM's: um decréscimo de 26%, contra um aumento global de 31% destes assaltos, registado pela 'concorrência'.

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