Portugal prefere a "paciência dos acordos" à "volúpia das ruturas"

Nas celebrações do 10 de junho, Presidente da República frisou que não pode ser tolerada discriminação na diversidade.
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Nos Açores, em Ponta Delgada, onde quis assinalar o Dia de Portugal, Marcelo fez um discurso muito curto em que falou sobretudo daquilo que define os portugueses enquanto povo. E como estava ali, na ilha de S. Miguel, lembrou a diversidade nacional através do elogio à autonomia, que lembrou consignada na Constituição.

Com as mais altas individualidades do Estado presentes - entre as quais o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do governo regional dos Açores, Vasco Cordeiro -, o chefe do Estado frisou que autonomia se expressa ao nível da política, das leis e das gestão das coisas públicas.

"Como não sublinhar a pátria que somos, a autonomia que evocamos e o universalismo fraternal. A Pátria numa só, feita de muitas vivências", disse Marcelo, com aquele fundo azul em que o mar se confunde com o céu, como assinalou.

Aos portugueses açorianos quis associar-se ao sentimento que os une. A autonomia "destas terras pelo modo muito próprio de afirmar a açorianidade em que se somam as saudades da distância, a proximidade dos afetos, a densidade da reflexão".

Palavras ditas pouco antes de partir para os Estados Unidos, rumo a Boston e Providence, onde vive uma vastíssima comunidade de portugueses, a maioria da qual de origem açoriana.

Na única frase que poderá ser lida como uma espécie de recado político, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que Portugal prefere a "paciência dos acordos, mesmo se difíceis" do que a "volúpia das roturas, mesmo se tentadoras".

Sobretudo um recado extensível às relações com administração de Donald Trump, já que também Portugal prefere o "multilateralismo realista ao unilateralismo revivalista".

O Presidente da República tem feito criticas ao presidente norte-americano, sobretudo pela sua visão sobre os imigrantes, que têm sido fortemente discriminados.

"Não toleraremos que [os vários Portugais] sejam discriminados naquilo que de essencial assinala o estatuto da nossa cidadania cívica, económica, social e cultural", afirmou."O universalismo português explica também o abraço que damos a quem chega, migrantes ou refugiados, a procura que fazemos de pontes, de diálogos, de entendimentos, e porque preferimos a paciência dos acordos mesmo se difíceis à volúpia das roturas, mesmo se tentadoras, e o multilateralismo realista ao unilareralismo revivalista."

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