Mais de 1200 alunos sem aulas à espera da tutela

Mais de 1.200 alunos da Escola Secundária Dr. Jorge Augusto Correia e da EB 2,3 D. Paio Pires Correia, em Tavira, desde o 5º ao 12º. ano, ainda não têm aulas, numa altura em que os responsáveis da Comissão Administrativa Provisória aguardam uma decisão por parte da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares relativamente à validação de duas turmas de cursos de Educação - Bar e Mesa e Empregado Comercial.

Existem 40 alunos para integrarem essas duas turmas de anos de escolaridades diferentes e a maioria tem um percurso com dificuldades de aprendizagem ao nível do ensino regular, segundo docentes, "necessitando por isso, e muito, desta aposta na formação profissional para conseguirem vingar nos estudos e posteriormente no mercado de trabalho".

Em declarações ao DN, António Viegas da Silva, presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas Dr. Jorge Augusto Correia, após lembrar que a direção da escola "está à espera da validação destas turmas desde o dia 13 de Agosto", disse "não ser possível neste momento iniciar as atividades letivas, porque para o fazer é preciso contar com mais duas turmas, quer seja de Cursos de Formação, quer de ensino regular, e isso implica alterar horários de alunos e professores para o que são necessários pelo menos três dias". Assim, na prática poder-se-á ter de refazer quase todo o trabalho de horários e turmas. E acrescentou: "os professores estão prontos, as reuniões de trabalho estão feitas, está tudo em condições para iniciar este ano letivo. Contudo, falta garantir quem vai lecionar e o quê aos alunos que ainda não têm turma autorizada, numa situação de em «terra de ninguém»".

O Agrupamento de Escolas Dr. Jorge Augusto Correia, em Tavira, conta com seis estabelecimentos no concelho e um total de 1.700 alunos. Porém, neste início de ano letivo apenas estão a funcionar os estabelecimentos pré-escolar e do 1º. Ciclo. Ou seja, pouco mais de 1.200 estudantes do 5º. ao 12º. ano, e idades compreendidas entre dez e 18 anos, continuam sem aulas. "O Conselho Geral sentiu-se na obrigação de elaborar um comunicado à comunidade escolar (professores, pais e alunos) porque começaram a circular rumores de que seria a escola que não estava organizada. Não é verdade. A escola está pronta para iniciar as aulas, mas sentimos que todos os alunos merecem respeito e os 40 sem turma autorizada estariam em situação desigual e prejudicados. Por isso se decidiu esperar pela decisão da tutela. Os órgãos da escola esperam que a situação seja resolvida nesta semana de modo a não afetar demasiado todos os estudantes", sublinhou António Viegas da Silva, para quem "quanto mais tarde houver uma decisão pior será".

Por seu turno, o delegado regional da Educação do Algarve, Alberto Almeida, fez notar ao DN que aquele Agrupamento de Escolas de Tavira não iniciou as aulas "ao contrário do que sucedeu em todos os outros estabelecimentos de ensino nesta região". E adiantou que elementos da Inspeção Geral da Educação e Ciência estiveram presentes numa reunião durante a manhã desta segunda-feira na sede do Agrupamento com o responsável daquela escola. "Espero que esta situação se resolva rapidamente de forma a evitar mais prejuízos para os alunos", observou Alberto Almeida.