R(t) e incidência sobem significativamente nas últimas 24 horas
Foram confirmados mais 430 casos de covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas, refere o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). O relatório desta sexta-feira (4 de junho) indica que não houve mortes devido à infeção por SARS-CoV-2. Há ainda a registar 267 internados, mais 13 do que na quinta-feira, dos quais 53 em cuidados intensivos, mais um do que ontem.
No boletim de hoje há a destacar a subida da incidência de 66, 4 casos por 100 mil habitantes a nível nacional para 69,8, e de 63,7 no Continente para 67,5 - o que significa uma subida de 3,4 no país e de 3,8 no Continente. Quanto à transmissibilidade, R (t), a subida é de 1,07 a nível nacional para 1,08 e de 1,08 para 1,10 no Continente.
O país soma assim um total de 851 461 infetados, desde o início da pandemia, 17 029 óbitos e 810 959 recuperados. Mas há a registar subidas também no número de casos ativos 23 473, mais 130 do que na quinta-feira, e 25 161 em vigilância, mais 232 do que ontem.
Regionalmente, Lisboa e Vale do Tejo mantém-se na frente com 217 casos, segue-se o Norte com 132 casos, o Centro com 20, o Alentejo com 16 e o Algarve com 11. Nas ilhas há registar 26 casos nos Açores e 8 na Madeira.
Recorde-se que nesta fase da evolução da pandemia, Lisboa é um dos concelhos que está em situação de alerta. Contactos pelo DN, especialistas apelam à responsabilidade individual no cumprimento de regras, uma vez que a pandemia de covid-19 não terminou.
O epidemiologista Tiago Correia, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), acredita mesmo que o que vai acontecer é que "Lisboa não avançará para a nova fase do desconfinamento", que vai entrar em vigor a 14 de junho.
Lisboa e Vale do Tejo tem sido, aliás, a região com o maior número de novos casos diários. Na quinta-feira, por exemplo, foram reportados nesta zona do país mais 385 diagnósticos de covid-19.
A atualização desta sexta-feira dos números da covid-19 em Portugal surge no dia em que continuam a surgir reações e justificações à decisão do Reino Unido em retirar Portugal da lista "verde" dos destinos turísticos seguros.
Uma das justificações surge pela voz do ministro da Habitação britânico, Robert Jenrick, que, nesta sexta-feira, defendeu a "abordagem ultra cautelosa" de despromover Portugal da lista verde de viagens para a lista amarela enquanto é avaliado o risco de uma mutação da variante Delta do coronavírus.
"Há em Portugal evidências crescentes de uma mutação adicional, que ficou conhecida como a variante do Nepal. E como ainda não sabemos se isso será um problema, é aconselhável adotar uma abordagem ultra cautelosa, enquanto os nossos cientistas analisam os dados, veem quais são as suas características e, acima de tudo, se as nossas vacinas são eficazes", disse à BBC.
Em Portugal, João Paulo Gomes, microbiologista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, disse ter sido com estranheza que recebeu a notícia da decisão do Reino Unido, porque a variante indiana em Portugal não atingiu sequer os 5% (está em 4,8%), e dentro desta estão os 12 casos da mutação, tendo no mundo sido reportados apenas 90 casos (da variante indiana com essa mutação).
Portanto, concluiu João Paulo Gomes em declarações à SIC Notícias, está a "fazer-se uma tempestade num copo de água" e o que diz o Reino Unido "não faz sentido", como não é explicável o impacto económico que resulta de uma decisão assente em 12 casos.
Já França vai permitir que pessoas de outros países da União Europeia entrem no país com o certificado de vacinação a partir da próxima quarta-feira, sem ter que apresentar o teste PCR negativo como ocorreu até agora.
A partir de 9 de junho, quarta-feira, o fluxo de viajantes entre a França e o estrangeiro será reaberto de acordo com modalidades que variam de acordo com a situação de saúde dos países classificados por cor (verde, laranja e vermelho) e vacinação, segundo um documento intitulado "fronteira estratégia de reabertura", disse esta sexta-feira o Governo francês.
Foi especificado que pessoas vacinadas de países fora da UE na sua lista "verde" também ficarão isentas dos testes. Nesta lista "verde" constam a Austrália, Coreia do Sul e Israel.
No que se refere à evolução da pandemia a nível mundial, a infeção por SARS-CoV-2 já é responsável por 3,7 milhões de mortes, segundo o balanço mais recente da agência de notícias AFP, com base em fontes oficiais.
Mais de 172 071 490 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados desde o início da pandemia.