2605. Há quase cinco meses que não havia tantos casos novos
Portugal contabiliza 2605 novas infeções por covid-19 e 4 mortos nas últimas 24 horas, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado este sábado (3 de julho) pela Direção Geral da Saúde (DGS). É o número mais alto desde 13 de fevereiro, quando se registaram 2856 casos.
Foram ainda registados mais 11 doentes internados, totalizando agora 543, dos quais estão 122 nos cuidados intensivos, mais quatro do que no dia anterior.
Refira-se que o boletim regista mais 1718 casos dados como recuperados.
Com mais 1362 casos, Lisboa e Vale do Tejo continua a representar mais de metade das novas transmissões do vírus, e três dos quatro óbitos. O Norte registou 557 casos e uma morte.
Apesar de ser a região do continente com menos casos no total, o Algarve continua a ser a terceira região com novas transmissões, agora com 299 (mais 86 do que na véspera).
Tendo em conta o aumento de casos registados em vários concelhos de Portugal, o Governo decretou na passada quinta-feira o dever de permanecer no domicílio e não circular na via pública entre as 23.00 e as 5.00 horas da manhã nos 45 municípios de risco elevado e muito elevado de contágio por covid-19.
Esta medida entrou em vigor na sexta-feira e abrange um total de 3,9 milhões de pessoas. Trata-se de uma regra cuja violação pode ser sancionada com prisão até um ano e quatro meses ou 160 dias de multa.
A variante Delta, associada à Índia, representa uma frequência relativa de 69,5% dos casos em Portugal, tendo em conta a sequenciação genética para a semana de 14 a 20 de junho. É a variante dominante no nosso país, sendo que o Algarve é a região onde se regista a maior prevalência, 92,3%, para o mesmo período, indica relatório de monitorização das linhas vermelhas para a covid-19.
Já na região Centro, a prevalência desta variante é de 85,7%, em Lisboa e Vale do Tejo, o valor situa-se nos 84,7%, no Alentejo chega aos 70,8% e no Norte é de 49%. Nos Açores é de 4,4% e na Madeira de 22,7%, sendo que nas regiões autónomas os dados são referentes a duas semanas, a de 14 a 20 de junho e a anterior.
"A frequência estimada para a semana 25 (21 a 27 de junho), baseada na deteção do gene "S" por análise PCR, foi de 85% em Portugal continental. Apesar de menos exato do que o valor obtido por sequenciação genética, este último valor indica também a manutenção da tendência crescente da frequência da variante Delta nos casos em Portugal.
Na análise por regiões da variante Delta (B.1.617.2), o relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), refere, no entanto, que "é de esperar a existência de algumas flutuações nas frequências apresentadas na medida em que ainda estão a ser apurados dados relativos a este período".
O relatório mostra o agravamento da pandemia, com uma incidência cumulativa a 14 dias a subir, situando-se nos 200 casos por 100 000 habitantes, à data de 30 de junho. Um valor que deve atingir, a nível nacional, 240 casos nos próximos seis dias, caso a tendência crescente se mantenha.
"Este limiar já foi ultrapassado em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve", ou seja, o dobro da linha vermelha que foi definida em 120 casos.