2041 novos casos num dia sem óbitos, mas com internamentos a subir

Segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde, há 567 pessoas internadas, das quais 128 em unidades de cuidados intensivos.
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Portugal tem 2041 novas infeções por covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado este domingo pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Não foram registadas mortes associadas ao novo coronavírus, o que não acontecia há três semanas.

Na véspera foram registados 2605 casos, o número mais alto desde 13 de fevereiro.

Foram ainda registados mais 24 doentes internados, totalizando agora 567, dos quais estão 128 nos cuidados intensivos, mais 6 do que no dia anterior.

Lisboa e Vale do Tejo baixou para menos de mil novas transmissões, 928, depois de na véspera ter registado 1362. Já no Norte continua a tendência crescente. Apesar de pouco significativo, os 564 casos representam um aumento em relação ao dia anterior, 557.

Todas as outras regiões, quer do Continente, quer das ilhas, mostraram um decréscimo de infeções em comparação ao dia anterior, embora o Algarve continue a ser o terceiro com mais casos, apesar de em termos globais ser a região continental com menos infetados desde o início da pandemia, 25470.

Estes dados coincidem com o dia em que a faixa mais nova dos adultos começa a ser vacinada em Portugal. Segundo a equipa que coordena o plano de vacinação, as pessoas entre os 18 e os 29 anos começam este domingo a ser vacinadas contra a covid-19 por ordem decrescente de idade.

A convocação desta faixa etária é feita através do agendamento central, com os utentes a receberem uma mensagem SMS ou um telefonema dos serviços de saúde, mas o autoagendamento ficará, gradualmente, disponível até aos 18 anos.

Na sequência da fase 2 do plano de vacinação e de um maior número de vacinas recebidas por Portugal, o portal para autoagendamento entrou em funcionamento em 23 de abril para pessoas com 65 ou mais anos e, desde então, tem ficado disponível para marcações das faixas etárias dos 50, 40 e 30 anos.

Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, divulgado na última semana, indica que 85,7% dos jovens entre os 16 e os 25 pretendem ser vacinado, mas 14,3% ainda não decidiram se vão receber a vacina contra o vírus SARS-CoV-2.

Segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde, 6% da faixa etária entre os 18 e os 24 anos (49.206 pessoas) já receberam a primeira dose da vacina e 5% (35.621) têm a vacinação completa.

O coordenador da equipa do plano de vacinação, vice-almirante Gouveia e Melo, disse que Portugal vai acelerar o ritmo de vacinação devido à rápida disseminação da variante Delta de SARS COV-2, prevendo que seja possível vacinar cerca de 850 mil utentes por semana.

"Estamos numa guerra contra o vírus e vamos dar o máximo que podemos para adiantar o processo de vacinação, levando ao limite" os stocks, disse à agência Lusa.

"Estamos a um ritmo de 100 mil por dia, mas ainda vamos aumentar esse ritmo e vamos esgotar todos os nossos stocks de vacinas, eventualmente reduzindo alguma segurança em termos de reserva, mas para adiantar o processo de vacinação", explicou.

As próximas duas semanas, explicou, são decisivas pelo que é expectável que o ritmo de vacinação suba para mais de 120 mil vacinas por dia de forma consistente o que fará com que a vacinação atinja por semana mais de 800 mil vacinas.

Mas se a vacinação está a todo o vapor, as mais recentes medidas decididas pelo governo par conter a propagação do vírus receberam críticas. As mais recentes são do PAN, que se queixa de nem o executivo nem o Presidente da República ouvirem os partidos. A nova líder do Pessoas-Animais-Natureza, Inês de Sousa Real, considerou também que as restrições mais recentes "estão feridas de constitucionalidade".

"Nestas medidas que foram adotadas pelo Governo, é de lamentar que não tenham sido ouvidos os partidos políticos porque à semelhança do que aconteceu lá atrás, seja para a declaração do estado de emergência, tendo em conta que estamos a adotar medidas que beliscam ou que estão feridas de constitucionalidade, teria sido importante ouvir, fazer a auscultação, e isso não aconteceu e é de facto lamentável", afirmou Inês de Sousa Real à Lusa.

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