"Lulu" e mais 16 espetáculos para ver até julho no S. João

Há sete estreias, dez coproduções, uma ópera e cinco espetáculos de dança no próximo ciclo de programação do teatro nacional no Porto.
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São 17 os espetáculos que compõem a programação do Teatro Nacional de São João (TNSJ), no Porto, entre abril e julho. Entre eles, há sete estreias mas apenas uma é produção própria: Lulu. Com estreia a 13 de junho, Lulu é uma encenação de Nuno M. Cardoso a partir de Frank Wedekind e vai ter dez atores em cena. E terá cenário e figurinos do diretor do teatro, Nuno Carinhas, que neste ciclo de programação não encena qualquer espetáculo.

Hoje, Dia Mundial do Teatro, Carinhas apresentou, como habitualmente a programação para o próximo quadrimestre nos três espaços do Teatro Nacional (TNSJ, Teatro Carlos Alberto - TeCA e Mosteiro de São Bento da Vitória), sublinhando o facto de haver tantas estreias e também de haver dez coproduções: "Desde que entrei aqui [em 2009] tem havido uma redução drástica do orçamento, mas ainda assim sei que temos melhores condições do que muitas outras estruturas e temos essa função de, sem qualquer paternalismo, lutar contra a degradação do tecido teatral da cidade. E temos conseguido fazê-lo. O São João é uma casa de todos", explicou ao DN.

Dentro dessa lógica, estreia, já a 4 de abril no Carlos Alberto, a nova criação de Renata Portas, com o título A Minha Existência Involuntária da Terra. Ainda em abril (26-29), uma outra estreia, agora no palco do TNSJ: A Meio da Noite, com direção de Olga Roriz, integrando o festival DDD - Dias da Dança. Será também pela mão do DDD que se dará o regresso de Joana Providência com o novo Rumor (11-13 de maio, TNSJ) .

Aliás, neste quadrimestre, haverá cinco espetáculos de dança na programação e uma ópera, também em estreia, La Donna di Genio Volubile, obra de Marcos de Portugal, aqui com direção artística de António Salgado , direção musical de José Eduardo Gomes e encenação de António Salgado (6 e 7 de julho, TNSJ).

Entre as propostas de Nuno Carinhas, além do palco ao FITEI H Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, destaque ainda O Senhor Pina, homenagem a Manuel António Pina com um texto de Álvaro Magalhães encenado por João Luiz com o coletivo Pé de Vento. Nuno Carinhas sublinha o facto de tantos espetáculos nesta programação funcionarem "como um espelho com dois lados", em que artistas criam a partir de criações de outros artistas - seja uma reflexão sobre Orlando, de Virginia Woolf (em A Grande Vaga de Frio, com dramaturgia de Luísa Costa Gomes e encenação de Carlos Pimenta, 19-29 de abril, TeCA), seja uma adaptação de Macbeth (como acontece em Mendoza, de Antonio Zuñiga e Juan Carrillo, 20 de junho, TNSJ).

O novo presidente do conselho de administração do São João, Pedro Sobrado, tomou posse há menos de um mês, pelo que "ainda é cedo" para saber o que irá acontecer, mas Nuno Carinhas diz que "há sobretudo uma vontade grande de arejar a casa". "Não se trata de uma renovação, pois casas como esta estão muito consolidadas e não convém destruir o que foi feito e começar de novo, mas há vontade de iniciar novos diálogos e procurar novos contributos".

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