Lisboa vai ter um Repair Café. Ou seja, um espaço onde as pessoas vão poder, por exemplo, reparar o seu telemóvel partido ou um brinquedo em mau estado. É a economia circular a nascer no hub do Beato, em 2018. Neste espaço a autarquia pretende que sejam reparados ou reutilizados objetos que, habitualmente, vão para o lixo. No âmbito da economia verde a autarquia vai colocar em prática um outro projeto, chamado Force, de combate ao desperdício alimentar..A iniciativa Repair Café, integra um bazar, onde as pessoas podem deixar os objetos reparados para outros os poderem utilizar e ainda um laboratório de combate ao desperdício (zero waste lab) que é "um espaço de educação e experimentação para as pessoas aprenderem a reduzir ao extremo os resíduos que produzem", explicou ao DN o vice-presidente da câmara, Duarte Cordeiro, acrescentando que "o espaço pretende ensinar os cidadãos a utilizar determinadas ferramentas para se chegar ao desperdício zero"..O Repair Café, que já existe, como uma pequena comunidade, que organiza eventos pontuais, pretende não só estimular a reparação e a reutilização, mas também promover estas práticas no dia-a-dia. O objetivo não é prejudicar as lojas de reparação que já existem, mas sim, encorajar as pessoas a usar estes serviços. No Beato as pessoas vão aprender que há alternativas ao gesto de deitar fora os aparelhos com avarias. Porque existe sempre a alternativa de os tentar reparar..Parceria europeia.O Projeto Force (cidades que cooperam para a economia circular), por sua vez, é uma parceria europeia entre Lisboa, Copenhaga, Hamburgo e Génova, em que Lisboa lidera o consórcio do programa de combate ao desperdício alimentar com um investimento de fundos comunitários no valor de 1,8 milhões de euros..Aqui são englobadas "duas medidas muito concretas", adiantou o vice-presidente, frisando que a primeira consiste na distribuição de 4000 decompositores doméstico a famílias que tem moradias com espaços verdes "uma vez que 40 % do lixo indiferenciado é orgânico e por isso pode ser reintroduzido nas zonas verdes". A segunda medida é uma aplicação online que permite maximizar todo o trabalho que é feito na rede do desperdício alimentar pelos restaurantes, empresas e associações que já estão envolvidas no combate ao desperdício alimentar..No início da semana foi ainda apresentado a criação de um conselho consultivo de prevenção de resíduos com o objetivo de identificar boas práticas que possam ser adotadas em vários setores de atividade, nomeadamente por associações empresariais e industriais, associações ambientalistas, centros de investigação universitários, empresas de tratamento e valorização do setor, associações de moradores e as freguesias da cidade de Lisboa que fazem parte do conselho.