Lisboa é a primeira cidade a ganhar prémio para regiões

Capital conquistou, a par da região da Irlanda do Norte (Reino Unido) e da Comunidade de Valência (Espanha), o galardão "Região Empreendedora da Europa 2015", atribuído pelo Comité das Regiões (CR).
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Os números falam por si: atualmente, há em Lisboa 12 espaços de incubadoras de empresas que já criaram 900 postos de trabalho e deram origem a mais de 260 start-ups, a que se juntam quatro laboratórios para a construção de protótipos e 15 espaços de co-working.

O cenário, descrito ao DN pela vereadora da Economia na câmara municipal, é bem distinto do de há dois anos, quando, na sequência do Orçamento Participativo, abriu na Baixa da capital a primeira incubadora da cidade, numa parceria entre o município, o banco Montepio e o IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação. Hoje, a rede que entretanto foi implementada está longe de depender exclusivamente do município.

"Não fazia sentido a câmara sozinha nisto", explica Graça Fonseca, frisando só assim é possível garantir que, no dia em que mudar o executivo, não se perde uma dinâmica que, desde esta quarta-feira, ostenta um prémio de reconhecimento europeu.

"Esta 'label' [marca] é importante para dar outro perfil da cidade de Lisboa", salientou, na cerimónia de entrega do galardão que decorreu esta tarde em Bruxelas (Bélgica), o presidente da autarquia.O objetivo, precisou António Costa, é que, tal como é reconhecida frequentemente pelas suas características turísticas, a capital seja também considerada internacionalmente um bom local para "trabalhar, investir e viver".

Até porque, sustenta Graça Fonseca, além de "não ser muito grande", o mercado nacional "atravessa uma fase complicada", fruto da situação financeira registada ao longo dos últimos três anos e que também não foi esquecida pelo líder do município.

Sem esconder a sua satisfação pela distinção alcançada, o autarca lembrou, perante o plenário de representantes locais dos 28 Estados-Membros da União Europeia, que a distinção surge numa altura em que Portugal se debate com "uma crise profunda", apresentando-se, acrescentaria mais tarde aos jornalistas, como uma forma de combater a "fuga de cérebros" que afeta diversos países europeus.

A existência de programas que oferecem noções de empreendedorismo a jovens em idade escolar - no ensino secundário, há até a "obrigatoriedade" de criar uma empresa fictícia - e a disponiblização de mentores a quem está a iniciar o seu caminho empresarial foram, de resto, um dos pontos elogiados pelo júri da iniciativa.

"A estratégia resultante é um modelo válido para o modo como os municípios e as regiões poderão transformar os objetivos da Estratégia Europa 2020 em ações concretas, adaptadas às necessidades locais", sintetizou o presidente do CR, Ramón Luis Valcárcel Siso.

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