Lesados do incêndio no Andanças pagam 400 euros de taxas

Queixa vai avançar agora, um ano depois do incêndio que destruiu 422 viaturas. Apenas 69 proprietários chegam a tribunal.
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Quase 70 lesados do incêndio que há um ano destruiu 422 no estacionamento do festival Andanças, em Castelo de Vide, estão prestes a apresentar uma queixa em tribunal contra a câmara municipal e a empresa organizadora do evento, conta a TSF esta quinta-feira.

O processo deve dar entrada ainda em agosto, explicou à rádio o advogado Pedro Proença, que aguarda apenas receber alguns comprovativos de pagamento de todas as taxas de justiça, explicando que cada queixoso avançará, à cabeça, com cerca de 400 euros de taxas (num total de 27 mil euros), além de outras despesas judiciais que se sabe que vão existir com o processo.

O dinheiro poderá ser em parte recuperado se vencerem a ação, mas o advogado acredita que estes custos são uma das principais razões que levam tão poucos lesados a chegarem a tribunal, depois de no início do ano o Ministério Público ter arquivado o caso por não ter encontrado sinais de que o fogo tenha sido ateado de forma deliberada ou intencional.

O advogado diz que os carros foram estacionados em cima de uma espécie de bomba relógio

A queixa já finalizada pede indemnizações de perto de 800 mil euros por danos patrimoniais e 600 mil por danos morais, num total de quase 1,5 milhões de euros.

Pedro Proença adianta que há muitos lesados que um ano depois ainda não ultrapassaram o trauma de verem tantos carros a arder, havendo pessoas que nunca mais conseguiram ter automóvel, afetando, naturalmente, o seu dia-a-dia a irem para o trabalho ou a levarem os filhos à escola.
O representante de 69 lesados garante que o festival Andanças do ano passado teve várias falhas de segurança, detalhadas por especialistas em bombeiros e proteção civil que estarão na queixa apresentada em tribunal. Nomeadamente, a existência de muito material combustível, ou seja, palha resultante do corte de erva pela autarquia que não foi recolhida e que depois potenciou a destruição de tantos carros.
A acusação queixa-se ainda da falta de extintores no recinto do festival e de um camião autotanque, com a organização a ter recusado a presença dos bombeiros, o que fez com que não existisse resposta atempada, além de portões fechados a cadeado que impediram a passagem de uma viatura dos sapadores florestais.

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