O comandante-chefe do Exército ucraniano, Valerii Zaluzhnyi, reconheceu que as suas forças se retiraram para os arredores de Marinka, uma cidade nos arredores de Donetsk, cuja captura a Rússia reivindicou na segunda-feira. Uma admissão que surge no mesmo dia em que Kiev afirmou ter destruído um navio russo num ataque contra a península da Crimeia, embora Moscovo diga que a embarcação foi apenas danificada.."O facto de nos termos transferido para os arredores de Marinka e de em alguns locais já termos ultrapassado os limites da localidade não deve provocar protestos públicos", afirmou Zaluzhnyi, em conferência de imprensa, confirmando a informação avançada por Moscovo na segunda-feira, de que o seu exército havia conquistado este reduto das forças de Kiev no leste do país..Valerii Zaluzhnyi comparou ainda o ataque a Marinka à destruição completa de Bakhmut pelos soldados russos. "Protegemos cada pedaço da nossa terra, cada pedaço, mas se os projéteis inimigos começarem a encher esse pedaço estreito com pedras, sujidade e com os nossos soldados, então a vida dos nossos efetivos será o mais importante", explicou o comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas..Nas palavras do ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, Marinka é "uma poderosa área fortificada conectada por passagens subterrâneas" que a protegem de artilharia e ataques aéreos e que "graças às ações decisivas dos nossos soldados, a fortaleza foi destruída", disse. "A libertação da cidade reduz naturalmente as capacidades de defesa das Forças Armadas da Ucrânia e dá-nos mais oportunidades para continuar a nossa ação neste sentido", acrescentou Sergei Shoigu..Também Vladimir Putin se congratulou com o facto de o controlo de Marinka manter as tropas ucranianas afastadas de Donetsk, a capital regional sob controlo russo, que tem sido regularmente alvo de bombardeamentos ucranianos desde 2014. "Reduzimos significativamente o alcance da ação de artilharia perto de Donetsk (...) e isto permite agora que Donetsk seja defendida de forma mais eficaz contra os ataques", sublinhou o presidente russo..Mais a sul, a Ucrânia anunciou ter destruído o navio russo Novocherkassk num ataque contra a península da Crimeia. O comandante da Força Aérea ucraniana, tenente-general Mikola Oleschuk, afirmou que a frota russa é "cada vez menor" e agradeceu aos pilotos da aeronáutica e a todos os envolvidos na operação..O ataque ocorreu, segundo a Força Aérea ucraniana, quando a aviação tática "atacou com mísseis de cruzeiro o grande navio de desembarque da frota do Mar Negro da Federação Russa Novocherkassk na região de Feodosia", no leste da Crimeia. Nas imagens publicadas no Telegram é possível ver um grande incêndio no porto, com as Forças de Defesa Ucranianas a comentarem que "hoje, o navio foi afundado"..A primeira tentativa de ataque a este navio de desembarque russo ocorreu em 24 de março de 2022 no porto da cidade ocupada de Berdiansk, tendo causado apenas estragos..De acordo com o Kremlin, o presidente russo, Vladimir Putin, foi informado pelo ministro da Defesa sobre os danos sofridos pelo Novocherkassk, sendo que o Ministério da Defesa, citado pela agência russa RIA Novosti, dizia apenas que o navio tinha sido "danificado durante a noite num ataque das forças armadas ucranianas com mísseis de cruzeiro"..Já o governador da chamada "República da Crimeia", Sergei Aksionov, disse que o ataque a Feodosia, causou um morto e dois feridos. Seis edifícios foram também danificados e muitos residentes abandonaram a cidade, que alberga um importante porto comercial do Mar Negro..Contas feitas pelas autoridades britânicas indicam que a Ucrânia, após o ataque contra o Novocherkassk, já destruiu 20% da frota russa no Mar Negro. Na rede social X, o ministro da Defesa britânico, Grant Shapps, secundou a versão ucraniana, referindo que "esta última destruição da Marinha de Putin demonstra que aqueles que acreditam que há um impasse na guerra na Ucrânia estão errados". "Eles não notaram que, nos últimos quatro meses, 20% da frota russa do Mar Negro foi destruída", prosseguiu Shapps..Para este governante, a nova coligação marítima, liderada pelo Reino Unido e pela Noruega, "está a ajudar a garantir que a Ucrânia vencerá no mar"..com agências