Keith Richards ataca colegas em autobiografia
Aos 66 anos, Keith Richards é ainda nos dias de hoje um dos maiores símbolos da estrela rock'n'roll rebelde, fora-da-lei e que se rege somente pelas suas próprias regras. Um percurso errático criou uma verdadeira mitologia em torno do guitarrista dos Rolling Stones, que acaba de lançar a autobiografia Life, que, segundo referiu ao New York Times: "Foi a coisa mais difícil que alguma vez fiz. Preferia ter feito dez álbuns."
Algumas das histórias que ao longo dos anos foram circulando em torno do músico são confirmadas neste livro. Por exemplo, Keith Richards escreveu nesta autobiografia que cheirou as cinzas do pai misturadas com cocaína.
Aliás, as histórias deste músi- co envolvendo drogas são mui- tas, e ainda hoje há quem consi-dere que Keith Richards consome regularmente substância ilíci- tas, apesar de o próprio afirmar que já não o faz há 30 anos: "As pessoas pensam que sou um drogado. Há 30 anos que já não tomo drogas. Mas a imagem é como uma grande sombra, mesmo quando o sol se põe, ainda a consegues ver", disse o guitarrista ao New York Times.
Com a ajuda do jornalista James Fox, Keith Richards foi juntan- do cartas, um diário e anotações avulsas, de forma a recordar-se dos muitos acontecimentos que preencheram os seus 66 anos de vida. Claro que grande parte dessas memórias se centram na sua ligação aos Rolling Stones. Todavia, apesar de serem ainda uma das mais bem sucedidas bandas da actualidade, ao longo das páginas de Life, o guitarrista não poupa críticas ferozes não só ao vocalista Mick Jagger como a outros nomes que ao longo da história estiveram ligados ao grupo britânico.
Relativamente a Mick Jagger, o músico confessa que já não entra no seu camarim "há mais de 20 anos", de acordo com o Telegraph. As divergências entre Jagger e Richards começaram nos anos 80 quando o vocalista dos Rolling Stones se tornou "insuportável", segundo o guitarrista. Em Life, o músico revela ainda duas alcunhas pelas quais trata o seu colega de banda: Brenda e Sua Majestade, avança ainda o Telegraph. Apesar das críticas, Keith Richards acaba por confessar nesta autobiografia que "às vezes" sente "saudades" de Mick Jagger.
Mas apesar da relação conturbada que mantém há já duas décadas com Mick Jagger, Keith Richards afirma que está optimista quanto ao futuro do grupo. Ao semanário alemão Stern, o guitarrista confirmou que em 2011 a banda vai voltar à estrada, mas para uma digressão que privilegia as salas pequenas, em vez dos habituais estádios de futebol. A última digressão do grupo foi a mais lucrativa de sempre.
No entanto, o vocalista dos Rolling Stones não é o único atingido. Segundo o New York Times, "insensível" e "perverso" são as duas palavras que Keith Richards mais utiliza para descrever Brian Jones, um dos fundadores dos Rolling Stones, que foi encontrado morto na sua piscina em 1969, pouco depois de ter sido despedido da banda pelo próprio Keith Richards e Mick Jagger.
Além das várias polémicas de bastidores que são confessadas nesta autobiografia, há muitos outros episódios relatados por Keith Richards: "Ele resume de forma perfeita o cinzentismo sufocante dos subúrbios ingleses no pós- -guerra e o efeito catártico de se ouvir na altura álbuns importa-dos de rock'n'roll e de blues", refere o The Guardian sobre o livro.