Juntas, as Periferias das artes fazem um festival
Imagine-se um desenho formado por pontos que representam São Paulo, no Brasil, Covilhã, Coimbra, Beja, São Tomé e Príncipe, Montemor-o-Novo, Maputo, Setúbal, Vila Franca de Xira e Maputo. Imagine-se agora que no seu centro está Sintra. Eis Periferias - Festival Internacional de Artes Performativas, que a quatro de março abriu a sua quarta edição.
"Sintra está perto de Lisboa mas ao mesmo tempo é como se estivéssemos a 400 km de Lisboa. Não estou a dizer isto a lamentar-me, é assim. Então, já que somos periféricos resolvemos trazer outros periféricos também ao Periferias" diz ao DN João de Mello Alvim, diretor artístico do festival que começou em 2012, em plena crise económica e financeira.
Era, portanto, necessário fazer "um festival sem dinheiro, ou quase sem dinheiro". Não há cachês. A solução assentou então nas permutas e protocolos estabelecidos entre o Chão de Oliva - Centro de Difusão Cultural, responsável pela organização, e as companhias convidadas. A Nova Aragem, por exemplo, peça que abriu o festival, é uma coprodução entre a Companhia de Teatro de Sintra - que pertence ao Chão de Oliva - e a Lareira de Artes, de Maputo, Moçambique. Conheceram-se em 2011 no V Circuito de Teatro em Português, em São Paulo. Com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, Alvim partia mais tarde para Maputo.