Jovens cientistas já pensam levar ideia premiada para o estrangeiro

Projeto de estudantes de Oliveira do Bairro para impedir estacionamento ilegal em lugares prioritários conquista a Estónia
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Imagine que em cada lugar de estacionamento prioritário era instalado um pilarete que lia as matrículas dos carros, impedindo que as pessoas sem deficiência estacionassem ilegalmente. Foi com esta ideia que três jovens cientistas da Escola Secundária de Oliveira do Bairro conquistaram o Prémio Governamental da Cidade de Tallinn, na Estónia, onde decorreu a 29.ª Edição do European Union Contest for Young Scientists (EUCYS). Uma distinção no valor de mil euros, que os estudantes do 12.º ano esperam usar para fazer avançar o EasyPark.

"Foi uma surpresa. Perante tantas ideias fantásticas, é muito difícil alcançar prémios", confessa Beatriz Bastião, de 17 anos, que viajou para a Estónia acompanhada pelos colegas Luís Pinto e Olavo Saraiva.

A ideia dos estudantes consiste em colocar nos lugares de estacionamento prioritário um pilarete, que fica acima do solo sempre que o lugar estiver vago. Equipado com sensores de movimento e leitor de matrículas, o dispositivo identifica a matrícula do carro que se aproxima e, caso esta esteja na base de dados de automóveis autorizados a estacionar nesses lugares, o pilar responde e desce. Com a instalação do equipamento, os lugares prioritários ficam livres para aqueles que realmente precisam e as pessoas fisicamente saudáveis são obrigadas a agir corretamente. "Na Estónia, as pessoas acharam a ideia interessante, apoiaram o projeto. Contudo, disseram-nos que lá são mais respeitadores do que nos países mais a sul", refere Olavo Saraiva, de 16 anos. Segundo o estudante, o prémio que receberam distingue "os projetos com maior aplicabilidade em meios urbanos".

Atualmente no 12.º ano, os estudantes não tencionam abandonar o projeto. "Agora temos mais fundo de maneio para o tornar realidade. Queremos um protótipo a sério para que possa ser implementado", indica Beatriz. Numa primeira fase, há a intenção de o instalar no município de Oliveira do Bairro, onde estudam, mas esperam que no futuro possa ser alargado a todo o país e até ao estrangeiro. "Além do prémio monetário, esta distinção aumentou a nossa notoriedade. Talvez agora consigamos arranjar patrocínios mais facilmente." Um dos objetivos, destaca Olavo, é melhorar o projeto e, eventualmente, fazer que o pilarete tenha mais funções. Ressalvando que nada está definido, adianta que poderá ser equipado com bluetooth, para que haja comunicação entre dispositivos.

Estiveram ainda a representar Portugal outros três jovens cientistas do Colégio Luso-Francês do Porto. Francisca Martins, Eduardo Nogueira e Gabriel Silva receberam o prémio de participação Intel ISEF 2108, que vai levar até Pittsburgh o projeto ShealS - Sea Heals Soil, um fungicida natural à base de extratos de algas da costa portuguesa, que se mostrou eficaz no combate a Phytophthora cinnamomi, um oomiceto que não reage a qualquer fungicida comercialmente disponível e que se encontra incluído na lista dos cem fitopatogénicos exóticos invasores mais prejudiciais a nível mundial.

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