Jornalista e editor João Paulo Cotrim morreu aos 56 anos
A morte de João Paulo Cotrim foi avançada pelo jornal Expresso e pelo Público, este último junto de fontes próximas da família, contudo sem conseguir apurar a causa da sua morte, indicado que o jornalista estava internado no Hospital dos Capuchos, em Lisboa. O DN confirmou a morte do jornalista junto de fonte próxima.
Natural de Lisboa, João Paulo Cotrim iniciou a sua carreira de jornalista aos 20 anos. Passou pela ANOP, Expresso, O Independente, Cosmopolitan, RTP, SIC, revista Ler, Elle, Máxima, Marie Claire, Oceanos, Visão, Grande Reportagem, Colóquio-Letras, Der Spiegel, Le Monde e DNA - suplemento do Diário de Notícias. Com o DN criou edições especiais completamente ilustradas.
A sua editora, Abysmo, foi recentemente premiada como o Prémio Oceanos 2021 com o romance O Plantador de Abóboras do escritor timorense Luís Cardoso.
João Paulo Cotrim dirigiu a Bedeteca de Lisboa desde a sua abertura, em 1996, e até 2002. Durante este período organizou várias iniciativas e exposições.
Foi diretor do Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada durante quatro edições e responsável pela sua programação e os catálogos Geral e da mostra Ilustração Portuguesa.
Guionista para filmes de animação, João Paulo Cotrim escreveu novelas gráficas, ensaios e poesia e histórias para crianças e adultos, entre os quais Salazar - Agora, na Hora da Sua Morte, O Branco das Sombras Chinesas, com António Cabrita -, Má Raça, entre outros.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a "morte precoce" do editor e fundador da Bedeteca de Lisboa João Paulo Cotrim, considerando-o "uma daquelas figuras sem as quais nenhuma cultura saudável vive".
"Era uma daquelas figuras sem as quais nenhuma cultura saudável vive: o fazedor talentoso que cuida da sua obra, mas promove sobretudo a dos outros", referiu o chefe de Estado português numa nota publicada no portal da Presidência da República na Internet.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, a "morte precoce" de João Paulo Cotrim é uma "notícia triste para a cultura portuguesa", bem como "para as artes das quais foi durante décadas um ativíssimo criativo e um incansável dinamizador".
"Homem de muitos ofícios, escreveu livros para a infância, em colaboração com alguns dos mais talentosos desenhadores jovens, como João Fazenda ou André Letria, foi guionista, ficcionista, poeta, jornalista, cronista e ensaísta, além de biógrafo de Stuart Carvalhais e Rafael Bordalo Pinheiro, linhagem da qual descendia", sublinhou.