Jorge Palma e Capitão Fausto nos últimos festivais do ano

Por imposição da Direção-Geral da Saúde (DGS), não podem ser vendidas bebidas alcoólicas nos espetáculos, mas as habituais mochilas usadas para vender cerveja nos grandes concertos e festivais vão continuar a deambular, embora desta vez para distribuir álcool-gel pelo público da Altice Arena, onde quinta e sexta-feira são esperadas cerca de cinco mil pessoas para a primeira edição do SBSR em Sintonia.."É uma boa casa nos tempos que correm, mas se tivermos em conta que a lotação da sala é de 20 mil pessoas e que haverá três palcos em funcionamento, dá para ter bem a noção do distanciamento físico que vai existir entre o público", refere ao DN Luís Montez, da empresa organizadora do festival, a Música no Coração..Todos os lugares são sentados e os da sala principal são inclusivamente marcados, não podendo as pessoas deambular por entre o público. Já nos restantes palcos, por serem espaços menores, os lugares serão todos desinfetados entre os espetáculos, sendo as entradas e saídas efetuadas por portas e corredores distintos. "Em lado nenhum houve contágios em espetáculos, que devem ser dos lugares mais seguros para se estar neste momento, além disso as pessoas estão ansiosas por ver e ouvir música ao vivo", sublinha o promotor, que avançou com o festival também por uma razão solidária.."Tem havido alguns concertos e festivais, mas quem lá tem ido tocar são artistas mais consagrados, enquanto os mais jovem e emergentes ou mais alternativos, como os que reunimos neste cartaz, têm ficado um pouco para trás. Por outro lado, vamos ter cerca de 200 pessoas envolvidas, o que, depois de tanto tempo paradas, é também uma forma de ajudar quem trabalha nesta indústria", acrescenta..Inicialmente agendado para sexta e sábado, o SBSR em Sintonia acabou por ter de ser adiantado um dia, devido à renovação do estado de emergência e do consequente recolhimento obrigatório em Lisboa, durante o fim de semana. "Só promovo eventos com mais de três meses de antecedência, e apesar de termos anunciado isto em setembro, fomos obrigados a mudar as datas apenas uma semana antes. Vendeu bem quando anunciámos, mas depois parou e agora, que as pessoas perceberam que vai mesmo acontecer, voltou novamente a vender", revela Luís Montez..Trata-se assim do último e, porventura, do maior festival do ano, que de certa forma vem substituir o Super Bock em Stock, o qual, por esta altura do ano, costumava animar a capital com dois dias de concertos em diversos espaços e salas da Avenida da Liberdade, agora todos concentrados na Altice Arena..Na quinta-feira, o estatuto de cabeça-de-cartaz cabe à dupla composta por ProfJam & benji price, que pela primeira vez apresentam ao vivo o álbum colaborativo SYSTEM no palco principal, por onde também vão passar o Conjunto Cuca Monga e os Ganso. No Palco Santa Casa, além de Chico da Tina e Paulo Bragança, destaca-se a superbanda composta por Flak, Alexandre Cortez, Luís San Payo, Filipe Valentim, João Peste e Nancy Knox, que vai interpretar da íntegra o álbum Closer, dos britânicos Joy Division, que em julho cumpriu quarenta anos. Já pelo terceiro palco, o Ermelinda Freitas, passam neste dia Amaura, Hause Plants e Ivandro. Na sexta, o palco principal recebe B Fachada, Papillon e Capitão Fausto, enquanto nos restantes atuam Afonso Cabral, Filipe Karlsson e IAN (Palco Santa Casa) ou Pedro de Tróia, Jasmim e Acid, Acid (Palco Ermelinda Freitas). Em ambos os dias, durante a tarde, haverá também um ciclo de conferências, com diversos agentes da indústria, para debater "A Indústria da Música no contexto atual".<><><>.Nunca o nome do Festival para Gente Sentada, que se realiza desde 2004, primeiro em Santa Maria da Feira e depois em Braga, onde se mantém, terá feito tanto sentido. Inicialmente marcado para novembro, como é habitual, foi remarcado para agora e tem início já hoje à noite, no Theatro Circo, com uma sessão dupla de concertos, que reúne os bracarenses OCENPSIEA e "a lenda viva" Jorge Palma, como diz João Carvalho, da empresa Ritmos, a organizadora do festival.."Tivemos algum receio e adiámos o máximo possível, neste caso para dezembro por acharmos que tudo já estaria melhor, mas afinal não e ainda tivemos de fazer uma alteração de última hora, começando na quarta em vez de acabar no sábado. Decidimos fazer esta edição de Natal, como lhe chamámos, não só para manter viva a marca, mas especialmente para animar e motivar uma equipa que está parada há demasiado tempo", sustenta o também responsável pelo Festival Paredes de Coura. O evento cumpre todas as regras da DGS, entre as quais a proibição de o público se levantar durante os espetáculos, pelo que, desta vez, o festival será mesmo e apenas para gente sentada. O certo é que este é um festival que nasceu diferente e assim tem conseguido permanecer, com a música a ser apresentada pelos artistas sem qualquer tipo de artifício, olhos nos olhos com o público, tal como vai voltar a acontecer, mesmo em ano de pandemia. E à falta dos grandes nomes internacionais que ao longo dos anos por aqui têm passado, como Devendra Banhart, Sufjan Stevens, Bill Callahan ou Tinderstiks, recorreu-se pela primeira vez à prata da casa, isto é, a músicos nacionais, para construir um cartaz à altura dos pergaminhos das edições anteriores. Assim, e além do já citado Jorge Palma, atuam ainda Benjamim e Surma, na quinta, bem como Samuel Úria e LABAQ, na sexta.<>.SBSR em Sintonia.Altice Arena, Lisboa. 17 e 18 de dezembro, quinta e sexta, 18.00. Bilhetes a 30 euros.<>Festival para Gente Sentada.Theatro Circo, Braga. 16, 17 e 18 de dezembro, quarta, quinta e sexta, 19.00. Bilhetes a 20 euros

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