Jihadismo islâmico matou 13 portugueses
Os atentados terrorista já mataram 13 portugueses desde o ataque de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque. A última foi uma mulher de 74 anos, atropelada mortalmente pela carrinha conduzida por um militante islâmico na Catalunha. Nestes 16 anos de atentados terroristas morreram portugueses em lugares tão dispersos pelo mundo como Estados Unidos, Indonésia, Marrocos, Mali, Tunísia, França e Burkina Faso.
Barcelona foi o último palco trágico. A portuguesa, residente em Lisboa, tinha chegado a Espanha na companhia da neta para uma viagem de turismo, umas horas antes do ataque. Depois de se terem alojado num hotel em Barcelona saíram para passear em Las Ramblas. A neta de 20 anos foi dada como desaparecida, mas ontem à noite os pais da jovem foram chamados pelas autoridades espanholas para verificarem a identidade de uma das vítimas no Instituto Forense, segundo informação do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas à Lusa.
"Tinham chegado ontem a Barcelona. Um familiar contactou os serviços consulares após o atentado. Foi confirmada a morte da senhora de 74 anos mas ainda não se sabe do paradeiro da jovem de 20 anos", tinha dito antes José Luís Carneiro. O familiar, que já se encontra em Barcelona, é o filho da vítima mortal e pai da jovem desaparecida, e a quem o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou por telefone "as suas sentidas condolências". Entre os 135 feridos registados não há portugueses, realçou José Luís Carneiro.
Dos EUA a Barcelona
Cinco portugueses morreram nos atentados de 11 de setembro de 2001. Alguns trabalhavam nas Torres Gémeas em Nova Iorque. António Rocha, Carlos da Costa, João Aguiar, Manuel da Mota e António Carrusca Rodrigues tinham entre 30 e 41 anos. Um ano depois, na Indonésia, o soldado paraquedista Diogo Riberinho foi uma das 202 vítimas mortais dos atentados de outubro de 2002 na ilha de Bali. Membro do contingente destacado em Timor-Leste, encontrava-se na altura de férias.
Em Marrocos, em 2011, num atentado contra o turístico café Argana, em Marraquexe, 17 pessoas morreram, na maioria estrangeiros, entre eles André Silva, português de 23 anos. No Mali, em 2014, Gilberto Leal foi morto por um grupo jihadista que o raptara dois anos antes. Na Tunísia, em 2015, Maria da Glória Moreira, 76 anos, viúva, foi uma das 38 vítimas mortais de um ataque terrorista a um resort em Sousse, a 26 de junho. Nos atentados de Paris, em novembro de 2015, estavam três portugueses entre os 130 mortos, entre eles Manuel Colaço Dias, 63 anos, de Mértola (no atentado junto ao Estádio de França), Précilia Correia, 35,do Montijo (no clube Bataclan), e Christine Gonçalves, de 50 anos. Em janeiro de 2016, 29 pessoas morreram nos no Burkina Faso, entre elas António Basto, natural de Massarelos, que vivia em França desde os sete anos.
Nível de alerta no grau 3
O DN confirmou com fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que não houve ainda ordem para reforçar a segurança nos postos fronteiriços terrestres, aeroportos e portos e que o nível de alerta se mantém no grau 3 (moderado), numa escala de 0 a 5. O Presidente da República, em declarações à RTP, referiu que o Governo considera que não existe, para já, necessidade de aumentar o nível de alerta em Portugal. Desde os atentados de Paris, em novembro de 2015, que as forças de segurança exibiram uma presença mais musculada nos aeroportos e em alguns locais emblemáticos de Lisboa e Porto. A Unidade Especial de Polícia da PSP está desde então sempre presente no aeroporto de Lisboa.