Jerónimo acusa Governo português de ser cúmplice na continuação da guerra e aumento dos preços

O secretário-geral comunista considerou que os Estados Unidos, Bruxelas e a NATO, "com a cumplicidade do Governo português", tudo estão a fazer para continuar a guerra na Ucrânia, sem qualquer preocupação pelas condições de vida das populações.
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No início do seu discurso no comício de encerramento da 'rentrée' comunista Jerónimo de Sousa foi direto ao tópico da guerra na Ucrânia.

"A escalada da guerra na Ucrânia e a espiral de sanções impostas pelos Estados Unidos da América, a União Europeia e a NATO, com a cumplicidade do Governo português, são indissociáveis da desenfreada especulação e aumento dos preços da energia, dos alimentos e de outros bens de primeira necessidade, do ataque às condições de vida dos povos, arrastando o mundo para uma ainda mais grave situação económica e social", sustentou o dirigente comunista perante os participantes da Festa do Avante!.

Na ótica do secretário-geral do PCP, "a realidade está a demonstrar quem tudo faz para que a guerra não termine" e também "quem tudo faz para acumular lucros colossais com a sua continuação", referindo-se à indústria do armamento e às multinacionais do setor da energia.

Seis meses depois do início da invasão russa à Ucrânia, Jerónimo de Sousa fez questão de deixar, mais uma vez, vincada a posição do partido, antes de passar para o tema seguinte: "Razão tem o PCP ao estar desde a primeira hora do lado da paz e contra a guerra, razão tem o PCP ao defender uma solução política para o conflito".

O outro lado, argumentou, está a fomentar o "incitamento ao ódio" e a "exacerbação da xenofobia".

No tradicional comício que encerrou a 46.ª Festa do Avante!, no Seixal, e na véspera de um Conselho de Ministros extraordinário no qual vão ser aprovadas medidas para combater o atual contexto de inflação, o secretário-geral do PCP acusou ainda o Governo de medidas "faz-de-conta" e de usar a inflação, esteja alta ou baixa, como justificação para não aumentar rendimentos, defendendo que o executivo deve agir e não "esconder-se"

Na ótica do PCP, são necessárias medidas de emergência com efeitos a partir de setembro, entre elas, o "aumento geral dos salários e das pensões numa percentagem que assegure já este mês a reposição e valorização do poder de compra dos trabalhadores e dos reformados" e o "aumento intercalar do Salário Mínimo Nacional para 800 euros".

O tabelamento ou fixação de preços máximos de bens essenciais, "designadamente energia, combustíveis e bens alimentares, incluindo a possibilidade de fixação de preços abaixo daqueles que são hoje praticados", bem como a redução do IVA sobre a eletricidade e o gás para 6% foram outras das medidas enumeradas.

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