Já arrancou a Expo2020 no Dubai, o maior evento mundial desde a pandemia

Pavilhão de Portugal tem 1800 metros quadrados que se distribuem por dois pisos. "O Mundo inteiro num país" é o mote
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Os Emirados Árabes Unidos inauguraram nesta quinta-feira (30), no Dubai, e em alto estil,o a Expo 2020, primeira exposição universal realizada no Médio Oriente e o maior evento de dimensão mundial desde o início da pandemia de covid-19, que atrasou o evento para este ano.

O jovem príncipe-herdeiro de Dubai, xeque Mohamed bin Rashid Al Maktum, inaugurou oficialmente o evento, de orçamento estimado a rondar os sete mil milhões de dólares (cerca de seis mil milhões de euros).

"O mundo inteiro reúne-se nos Emirados Árabes Unidos enquanto inauguramos juntos a Expo 2020 de Dubai, com a bênção de Alá", disse o xeque Hamdan, antes do início do espetáculo.

Projeções e efeitos de luz iluminaram a praça Al Wasl, um recinto futurista com a inevitável abóbada, símbolo da arquitetura islâmica. Também houve concertos, entre eles os da famosa diva dos Emirados Ahlam e da cantora britânica Ellie Goulding.

O pianista chinês Lang Lang também esteve entre os artistas convidados, assim como o italiano Andrea Bocelli, que encerrou o espetáculo.

Adiada no ano passado por causa da crise sanitária, a exposição será aberta ao público a partir desta sexta-feira, instalada no meio do deserto dos arredores do Dubai, a cidade dos arranha-céus e do luxo inesgotável.

A exposição revelará maravilhas arquitetónicas e inovações tecnológicas dos 191 países representados com os seus respetivos pavilhões.

Veja neste vídeo o pavilhão de Portugal.

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A primeira Exposição Universal ocorreu em 1851 em Londres, no Crystal Palace, uma estrutura criada para a ocasião. Em Paris, a de 1889 apresentou ao mundo a icónica Torre Eiffel. Em 1998, foi a vez de Lisboa acolher a Expo que revolucionou a zona oriental da cidade.

Esta Expo 2020 promete ser o maior evento já visto no Médio Oriente, no ano que antecede o Mundial de futebol, que será celebrada no vizinho Catar.

Apesar de a pandemia ainda condicionar de alguma forma a mobilidade e fluxos turísticos, o Dubai espera quase 25 milhões de visitantes durante os próximos seis meses. Ao contrário do Japão, que proibiu a presença de público nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o emirado abre as portas aos turistas estrangeiros, com a condição de que usem máscara e respeitem o distanciamento social.

Todos os visitantes deverão estar vacinados ou, caso não estejam, devem apresentar um teste PCR negativo muito recente.

Os Emirados estão entre os países que mais rapidamente vacinaram a sua população contra a covid-19, com quase 20 milhões de doses para 10 milhões de habitantes. Esta Expo 2020 revela as grandes ambições do Dubai, que acumula recordes para atrair a atenção mediática e principalmente os turistas. A torre Burj Khalifa, por exemplo, é a mais alta do mundo, com 828 metros.

Devido ao atraso provocado pela pandemia, o país poderá celebrar a 2 de dezembro, em plena Expo 2020, o 50º aniversário de criação desta federação de sete emirados, cuja capital é Abu Dhabi.

Entre as diversas atrações previstas estão os jogadores de basquetebol dos Harlem Globetrotters e um robô panda chinês. Os fãs de viagens futuristas poderão entrar numa cabine 'Hyperloop' (que se desloca a grande velocidade num tubo) e os amantes da história admirarão um antigo sarcófago no pavilhão egípcio.

A China dispõe de um dos maiores pavilhões, em forma de bulbo, enquanto Marrocos construiu o seu sobre a terra por razões ambientais. Os Países contam com uma pirâmide coberta de plantas comestíveis e irrigada por água da chuva solar.

A maioria dos Estados europeus participa neste evento, apesar de o Parlamento Europeu ter pedido um boicote "para expressar a sua rejeição às violações dos direitos humanos nos Emirados". Também as ONGs criticaram o país por violar a liberdade de expressão e as condições dos trabalhadores estrangeiros, como aqueles que participaram na construção da área da Expo 2020.

Localizado no distrito da Sustentabilidade, o Pavilhão de Portugal reúne cerca de 1,800 metros quadrados que se distribuem por dois pisos.

​​​​​​​Em entrevista recente ao DN, o arquitecto responsável pelo pavilhão, Miguel Saraiva, explicou: "a abordagem arquitetónica que desenvolvemos para o Pavilhão, ligando pessoas e projetando o futuro, coincide com o símbolo que apresentamos - Caravela Portuguesa como materialização do contacto entre pessoas e civilizações e assim chegamos ao "Mundo inteiro num país".

O pavilhão inclui uma zona de espetáculos, uma loja Portugal Concept Store com produtos de mais de 40 empresas portuguesas, uma sala de espetáculo multimédia imersivo e uma experiência personalizada com conteúdos relacionados com os temas da ""Diversidade", "Sustentabilidade" e "Oportunidade".

No andar superior fica o restaurante Al-Lusitano, com um terraço voltado para o Jubillee Park, que acolhe os principais espetáculos da Expo. Existe ainda uma área multiusos que pode vir a ser utilizada por empresas portuguesas.

O pavilhão está repleto de elementos tradicionais portugueses, como a cortiça, transformada em mobiliário e utilizada nas zonas de estar exteriores, a calçada portuguesa, presente nos espaços públicos exteriores; e o azulejo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, já afirmou que a expectativa é que a participação portuguesa na Expo Dubai 2020 "seja um êxito".

"O êxito mede-se pelo número de visitantes que suscite, com o aumento na visibilidade do país e no crescimento da marca associada a Portugal, do teste bem-sucedido das inovações que estamos a experimentar na Expo Dubai, em relação às quais estamos a usar a Expo Dubai como uma primeira experiência em ação como o Portugal Concept Store e também no aumento da nossa capacidade de influência e de interação com toda a grande região no Médio Oriente", salientou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

A Expo 2020 do Dubai prolonga-se até 31 de março de 2022.

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