IPO de Lisboa garante que enfermeiras assistidas não correram risco de vida
O presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa garante que não existiu qualquer risco de vida com as três profissionais de saúde que esta semana foram assistidas com dificuldades respiratórias devido a problemas no bloco de braquiterapia. João Oliveira tranquiliza ainda os doentes e familiares, assegurando que "não há qualquer problema ou dúvida sobre a segurança no IPO".
João Oliveira faz questão de frisar que a situação se restringiu ao bloco de braquiterapia. Na terça-feira duas enfermeiras e uma assistente operacional manifestaram queixas respiratórias e foram assistidas em primeiro lugar pelos anestesistas do IPO e depois transportadas pelo INEM ao Hospital de Santa Maria. Em resultado desta situação, o bloco foi encerrado temporariamente.
O Correio da Manhã diz este domingo que as duas enfermeiras estiveram em risco de vida e que uma delas teve que ser reanimada. O presidente do IPO nega que tal tenha acontecido, até porque as profissionais - embora de baixa médica - tiveram alta no próprio dia. "Não houve qualquer manobra invasiva, ninguém esteve em coma, não foi preciso entubar, nada disso. Foram assistidas, foi-lhes dado oxigénio."
"As três profissionais foram assistidas no Hospital de Santa Maria, de onde tiveram alta no próprio dia", já dizia o IPO que sábado divulgou um comunicado onde explicava que a situação ocorreu "após uma intervenção de manutenção técnica no sistema de tratamento de ar do bloco de braquiterapia, a 19 de julho".
Para proteção dos profissionais e dos doentes, no dia da ocorrência, o Conselho de Administração do IPO Lisboa determinou o encerramento da Bloco de Braquiterapia, que faz parte do serviço de radioterapia. João Oliveira prevê que o serviço possa abrir esta semana, mas ainda está à espera dos resultados das análises microbiológicas, pedidas a uma empresa externa com certificação internacional.
Já há, contudo, resultados das análises químicas que avaliaram a qualidade do ar. "Os resultados já disponíveis não identificaram quaisquer vestígios de agentes químicos ou físicos, aguardando-se ainda receção dos resultados microbiológicos", que "se esperam negativos face à contagem de partículas, sublinha o comunicado.
"Com vista ao esclarecimento dos doentes, dos profissionais e da população", o IPO afirma que o Serviço de Radioterapia funciona em "instalações seguras, cumpre os mais exigentes requisitos de proteção radiológica e ambientale monitoriza a qualidade do ar dos diferentes espaços de trabalho, garantindo a segurança dos doentes e as boas práticas de prevenção do risco profissional e de vigilância da saúde dos colaboradores".
Adianta ainda que está equipado com sete aceleradores lineares para tratamentos de radioterapia externa e um Bloco de Braquiterapia. Por ano, efetua mais 85 mil tratamentos.
A braquiterapia é uma modalidade de tratamento com radiações, que consiste na colocação das radiações dentro ou próximo do tumor. Pode ser usado no tratamento de vários tumores, mas é muito frequentemente aplicada nos cancros da próstata e ginecológicos.