Infarmed lança dois alertas por mês de remédios falsificados ou furtados

Avisos chegam de agências do medicamento de vários países europeus, com as quais o Infarmed está ligada em rede. Produtos podem ser um perigo para quem os tomar.
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Em média são quase dois avisos por mês. Alertas lançados pela Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) de remédios falsificados ou furtados e que chegam das várias agências europeias do medicamento. O último foi feito na semana passada e veio da agência alemã: suspeita de falsificação de alguns lotes de rituximab, usado no tratamento de linfomas não Hodgkin. Produtos perigosos para a saúde pública, já que não estão garantidas as condições de segurança, validade e composição. Entre 2012 e 20 de agosto deste ano o Infarmed emitiu 74 alertas de remédios falsificados. Destes, 14 dizem respeito a produtos furtados. Não foram identificados medicamentos destes em Portugal, nem há registos de furtos ou falsificações feitas no país.

Furtados ou não, todos eles devem ser encarados como falsificados e o motivo é o risco para a saúde pública. "Estes medicamentos podem ter a sua composição alterada, estarem fora do prazo de validade ou terem sido transportados sem as devidas precauções. Em consequência podem não fazer o efeito pretendido ou causar efeitos secundários inesperados", explica ao DN o Infarmed, em resposta escrita. A autoridade nacional avisa que todos os utentes "devem sempre adquirir os seus medicamentos junto de entidades autorizadas pelo Infarmed, nomeadamente farmácias de oficina e hospitalares e locais de venda medicamentos não sujeitos a receita médica". O mesmo é válido para compras na internet: só os sites de farmácias autorizadas pelo Infarmed são seguros.

Muitos dos alertas de furto envolvem remédios que estão apenas disponíveis nos hospitais. Substâncias como o bevacizumab ou pertuzumab, para tratar cancros, ou insulinas. "Quando alguma das agências da rede de agências europeias do medicamento, em que o Infarmed se inclui, tem conhecimento de medicamentos objeto de furto, após fazer a avaliação da informação, emite um alerta a nível nacional e europeu. Em Portugal, na sequência desses alertas, o Infarmed publica uma circular informativa que, para além de ser diretamente distribuída aos intervenientes na cadeia de distribuição dos medicamentos e profissionais de saúde, se encontra disponível no site para o público em geral", adianta. Até ao final do ano deverá ser publicada regulamentação europeia para dispositivos de segurança que permitam seguir o rasto dos medicamentos.

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