Infarmed. Governo não reconduz Maria do Céu Machado

Presidente da autoridade nacional do medicamento opôs-se fortemente à deslocalização do organismo pretendida pelo anterior ministro.
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A presidente do Infarmed não vai ser reconduzida. Apesar de a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap) ter dado luz verde à continuação de Maria do Céu Machado por mais três anos, o governo decidiu não fazê-lo - avança o Público.

Maria do Céu Machado opôs-se com estrondo à intenção de mudar a sede da Autoridade Nacional do Medicamento para o Porto, anunciada - e depois cancelada - pelo anterior ministro da Saúde Adalberto Fernandes. Será agora Marta Temido a não reconduzir Maria do Céu Machado.

Em novembro de 2017, poucos dias depois de ser conhecida a intenção do executivo, a médica pediatra disse numa entrevista ao mesmo jornal que o ministro lhe telefonou a dar a notícia e lhe pediu para falar com os dirigentes do organismo às 16.00. Só que antes disso, quando ia no carro, Maria do Céu Machado ouviu a Câmara Municipal do Porto a dizer que ia receber o Infarmed.

"Fiquei tão incrédula... Isto é como todas as notícias de surpresa, até cairmos em nós, há uma fase em que se fica com uma espécie de anestesia, de 'isto não pode ser verdade'", afirmou nessa entrevista.

Antes, afirmou, só tinha ouvido dizer que o ministro comentara num almoço naquela mesma cidade "e se o Infarmed fosse para o Porto?". "Tomei como uma brincadeira."

A transferência do Infarmed foi suspensa em setembro de 2018. Durante todo o processo, a intenção governamental esbarrou fortemente na oposição dos trabalhadores.

Num inquérito promovido pela comissão de trabalhadores, 99% dos funcionários responderam que discordam da deslocalização - responderam 304 dos 356 trabalhadores.

O conselho diretivo do Infarmed é ainda composto por Rui Santos Ivo (vice-presidente) e Maria Sofia Oliveira Martins (vogal).

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