Incerteza e vazio de poder na ruas de Tunes

<p>A Tunísia vive momentos de incerteza com o desmoronamento do governo provisório antes mesmo de este começar a funcionar. A queda da ditadura de Ben Ali abriu espaços às vozes silenciadas durante décadas mas ninguém conhece os novos políticos. E há muitos que exigem limpeza total do estado dos vestígios do anterior regime. A polícia saiu das ruas, enquanto o exército permanece quieto, mas sem se saber o que pensa da situação.</p>
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O El País destaca hoje o "perigoso vazio de poder" em Tunes. Ontem foi dissolvido o partido do ex-ditador depois da debandada geral dos seus membros, incluindo ministros que foram convidados para o novo governo provisório. Este convite tem merecido a oposição dos manifestantes que antes combatiam Ben Ali, conhecido por Zinochet. Ao mesmo tempo coloca-se ao mesmo nível os militantes fieis do partido do ex-ditador e os que só pertenciam às suas fileiras para poderem sobreviver, que eram cerca de dois milhões.

Mesmo que não houvesse quaisquer exigências com vista à queda do governo provisório, este desmorona-se rapidamente: ontem demitiu-se o ministro do Estado, Zuheir M'Dhaffar, o quinto a bater com a porta. O governo moribundo também promete legalizar todos os partidos, incluindo o islamita En Nahda (Renascimento) e amnistiar todos os presos políticos, perdão que abrangerá os extremistas. Mas ontem também reinava a confusão em relação a este assunto, pois antecipou-se a libertação dos presos e mas muitos ainda estavam encarcerados.

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