Imprensa brasileira suspende cobertura de Bolsonaro por falta de segurança
"No dia em que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês de novo", disse Jair Bolsonaro, ao sair da sua residência oficial, o Palácio do Alvorada, em Brasília, na direção dos jornalistas que diariamente conversam com o presidente no local nesta segunda-feira (25/5). De imediato, um grupo de apoiantes que também diariamente espera Bolsonaro, iniciou uma série de insultos e ameaças. Horas depois, alguns dos principais veículos de comunicação social do Brasil, como as emissoras de televisão Rede Globo e Bandeirantes, o jornal Folha de São Paulo e o portal UOL, indicaram que vão suspender aquela cobertura até serem dadas condições de segurança.
Os insultos são comuns mas não com a agressividade registada desta vez, até porque foi retirada daquela zona uma grade que protege a imprensa das dezenas de apoiantes.
"Lixo", "escória", "media comprada", "comunistas", "cambada de safados", "Globo lixo", "cuzão", "bosta" e "vocês vão se f****" são parte das palavras de ordem. Elas aumentam de tom sempre que o próprio presidente isluta ou responde com agressividade aos repórteres.
Depois de informado o Gabinete de Segurança Institucional, liderado pelo general Augusto Heleno, aqueles veículos tomaram a decisão.
Segundo o UOL, a emissora SBT ainda não tomou nenhuma atitude, a CNN Brasil também não informou sobre a sua posição, e a Record, controlada pelo bispo da IURD Edir Macedo, disse que continuará a estar presente todas as manhãs no Alvorada.
Na semana passada, apoiantes de Bolsonaro reviraram o lixo em frente ao Alvorada e acusaram depois os jornalistas de serem sujos. Numa das manifestações dominicais com centenas de apoiantes em frente ao Palácio do Planalto um repórter fotográfico do jornal O Estado de S. Paulo foi agredido.