Impostos máximos, serviços mínimos
Pagar cada vez mais impostos e receber cada vez menos em serviços do Estado. Parece ter sido este o lema do Governo socialista durante os oito anos em que António Costa foi primeiro-ministro. Primeiro com a cumplicidade do PCP e do BE. Depois com maioria absoluta, confundida com poder absoluto.
Este PS passa o tempo a falar em "estado social" enquanto presta péssimo serviço aos cidadãos, iludidos com a sua publicidade enganosa.
Conseguiu juntar o pior de dois mundos. Maiores receita e carga fiscal de que há memória, com os serviços públicos pior que nunca.
António Costa deu há dias uma entrevista televisiva em que nos falava de um pseudo-país das maravilhas. Nada a ver com o país real.
Deixemos a propaganda, falemos da realidade.
Na saúde, existem hoje 1,7 milhões de portugueses sem médico de família. Em 2022 havia 583 mil utentes em lista de espera para consultas. E 235 mil utentes em lista de espera para cirurgias. Isto justifica que cerca de 3,5 milhões de portugueses tenham adquirido seguros de saúde. Pagando a dobrar por um serviço fundamental.
Em toda a oferta de saúde o País regride. Com urgências hospitalares encerradas, grávidas forçadas a percorrer centenas de quilómetros para ser atendidas, idosos a levantar-se de madrugada para conseguirem uma senha num centro de saúde.
Na educação, só entre Janeiro e Junho, houve 476 avisos de greves afectando sobretudo o pré-escolar, o básico e o secundário. O equivalente a 3,6 greves, em média, por dia lectivo. Neste contexto, o relatório PISA revela: os alunos portugueses baixaram drasticamente o desempenho em matemática e leitura face a 2018. Não vale a pena culpar mais ninguém. Culpe-se o Governo.
Há 11 anos quem tinha ensino superior ganhava mais 51% do que os outros. Agora só ganha mais 27%. Muitos perguntam: foi para isto que andámos tantos anos a estudar? Muitos pais destes jovens questionam, e com razão: É para isto que pagamos impostos tão altos?
Seja qual for o sector, na administração pública, o panorama é desastroso.
Portugal é hoje o quinto país da UE com mais duração dos processos nos tribunais. Nunca houve tantas queixas sobre os transportes públicos: mais de 15 mil reclamações só nos primeiros seis meses do ano. Após a extinção do SEF, o atendimento a estrangeiros mergulhou num caos total.
O legado de António Costa é pesadíssimo.
Sete em cada dez famílias enfrentam hoje sérias dificuldades financeiras. O salário real, em 2022, teve uma quebra média de 4%. Mais de metade das pessoas não consegue comprar os medicamentos de que necessita e 62% dos portugueses têm dificuldade em pagar casa. O número dos sem-abrigo aumentou 78% em quatro anos. A taxa de risco de pobreza é hoje de 41,8%.
Neste país da União Europeia, em pleno século XXI.
Afinal para onde vão os nossos impostos?
É uma pergunta fundamental, pois no ano passado a receita fiscal foi de 61.88 mil milhões de euros e a carga fiscal equivaleu a 35,7% do PIB nacional. As mais elevadas de sempre. Cada contribuinte paga hoje mais 3 mil euros por ano em impostos e contribuições do que em 2015. Num país que vive há duas décadas em estagnação endémica e que regista o maior rácio de emigrantes na UE face à população residente.
Há solução? Seguramente. Só depende dos portugueses. E tem data marcada: 10 de Março. Um dia que vai dar ainda mais força à Iniciativa Liberal. Neste país onde há socialismo a mais e liberalismo a menos.
Portugal precisa das ideias liberais. Agora mais que nunca.
Líder parlamentar da Iniciativa Liberal
Escreve de acordo com a antiga ortografia