Imobiliário. Prazo de novos créditos da casa subiu para 33 anos  

O crescimento do crédito à habitação desacelerou em 2020 devido à crise. Valor emprestado atingiu os 900 milhões por mês.
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Prazos mais longos e custos do crédito mais baixos. Em 2020, o recurso ao crédito para compra de casa cresceu 4,7% em comparação com o ano anterior. O aumento representa uma desaceleração face à subida registada nos últimos sete anos.

Em termos de prazos, "os novos contratos de crédito à habitação tinham, em média, um prazo de 33,1 anos, acima do verificado em 2019", que era de 32,8 anos, refere o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho de 2020, divulgado ontem pelo Banco de Portugal. Também aumentou o prazo médio dos contratos em carteira, de 32,9 anos, no final de 2019, para 33,2 anos, no final de 2020. "Para esta evolução contribuiu não só o crescimento do prazo dos novos contratos, mas também a aplicação do regime da moratória pública, a partir de março de 2020, uma vez que a introdução de períodos de carência de capital (ou capital e juros) foi acompanhada por um aumento do prazo dos contratos", adianta.

No total, foram concedidos 10,8 mil milhões de euros em crédito à habitação em 2020. "Foram celebrados, em média, 7553 contratos de crédito à habitação por mês, aos quais correspondeu um montante de crédito concedido de 901,6 milhões de euros", refere o Banco de Portugal. "O número de contratos celebrados diminuiu 1,9%, face a 2019, contrariando o aumento de 4,8% verificado nesse ano", adianta. Quanto ao montante de crédito, subiu 4,7%, o que constitui um arrefecimento face à subida de 8% em 2019. Ainda segundo o Relatório, em média, foram concedidos 119 371 euros por contrato de crédito à habitação, o que corresponde a um aumento face ao montante médio de 2019, que ficou fixado em 111 858 euros.

Em termos de spread médio dos contratos celebrados a taxa variável e indexados à Euribor a 3, 6 e 12 meses, foi de 1,19 pontos percentuais. Trata-se de uma diminuição de 0,13 pontos percentuais face a 2019. "A maioria destes contratos (65%) tinha spreads entre 1 e 1,5 pontos percentuais. Contudo, destaca-se o aumento do peso dos spreads entre 0,5 e 1 pontos percentuais, que representaram 24,5% dos contratos celebrados a taxa variável (8% em 2019)", relata o Banco de Portugal.

O supervisor destaca que subiu o número de contratos abrangidos pela Euribor a 6 meses. "A Euribor a 12 meses continuou a ser o indexante mais frequente, correspondendo a 73,7% dos contratos celebrados, mas abaixo da proporção de 2019 (93,5%)", refere. "Em contrapartida, destaca-se o aumento da importância da Euribor a 6 meses, que foi o indexante utilizado em 25,3% dos novos contratos a taxa variável (5,5% em 2019)", frisa.

A maioria dos contratos celebrados em 2020 ( 82,3%) tinha taxa variável, "mas este tipo de taxa perdeu importância em relação a 2019 (86,4%)". Em contrapartida, "a taxa mista passou a representar 12% dos contratos celebrados (10,3%, em 2019) e a taxa fixa representou 5,7% dos novos contratos, também acima da proporção de 2019 (3,3%)".

Em termos de reembolsos antecipados totais ou parciais, foram realizados 98 330 reembolsos, menos 5,8%, face a 2019, num montante reembolsado de 4,2 mil milhões de euros.

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