Imagem de Diana divide monárquicos portugueses

Princesa de Gales forçou a modernização da monarquia britânica.
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A figura da princesa Diana e o seu legado dividem ainda alguns dos monárquicos portugueses.


Ricardo D’Abranches, presidente da Real Associação de Lisboa, considera que a princesa não soube gerir as suas responsabilidades – “prejudicou muito a coroa britânica e pôs em risco os seus valores. Não estava preparada para o cargo”. As causas de caridade “a que emprestou o nome”, serão o seu único papel positivo. Abranches acredita que os paparazzi fizeram de Diana um joguete – “foi muito produto e pouco princesa. Ela descobriu em si um papel teatral. Já Camila Parker Bowles falava a linguagem do meio...”


Para Ricardo D’Abranches, as famílias reais têm de desempenhar funções de serviço público. “A monarquia provou estar muito forte, com todos os problemas que Diana causou. A sua morte infeliz terá sido quase um alívio para muitos adeptos do regime.”


Mendo Castro Henriques, professor universitário e historiador, tem uma visão diferente da influência de Diana. “Quanto ao seu papel público, penso ter sido uma personalidade extraordinária que mostrou que a instituição monárquica soube actualizar- se. O casamento nacional do príncipe Carlos veio inaugurar a tendência de os membros das casas reais casarem nos seus países, o que é importante para a identidade nacional.”


Para Castro Henriques, Diana é um exemplo para os britânicos pelas causas que abraçou. “Foi acusada de não servir o país, mas penso que serviu bem a monarquia.”


Outro monárquico, Américo Henriques, coronel de infantaria na reserva, afirma claramente não ser “defensor da personalidade de Diana. No entanto, reconheço que por muito mal que tenha feito à Casa Real, conseguiu retirar-lhe algumas teias de aranha”. Distingue o período em que Diana foi mulher de Carlos do período a partir do qual deu a entrevista à BBC e “perdeu o tino”.


O coronel, que em 1988 frequentou um curso de Estado-maior em Inglaterra, refere que os ingleses gostavam de Diana mas não a aceitavam na monarquia. Mas a princesa terá aberto a monarquia ao vulgar dos cidadãos: “Foi uma Sissi do século XX ou uma rainha D. Amélia.” Depois, “afundou-se... Não teve uma educação que a preparasse e os seus trabalhos de natureza social tinham muito de fogo de vista. A sua vida transformou-se numa loucura, nomeadamente o caso com Dodi al Fayed”.

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