Hu Jintao promete facilitar cobertura noticiosa aos media internacionais
"Continuaremos a tornar públicas as actividade do governo, a aumentar a difusão da informação, a salvaguardar os legítimos direitos e interesses das organizações e repórteres estrangeiros e a facilitar a sua cobertura da China de acordo as leis e regulamentos chineses", disse Hu Jintao na abertura da Cimeira Mundial dos Média.
No início de 2008, o Governo chinês decidiu levantar algumas restrições ao trabalho dos jornalistas estrangeiros, nomeadamente quanto à realização de entrevistas e reportagens sem prévia autorização. Eram regras "provisórias", adoptadas por ocasião dos Jogos Olímpicos de Pequim, mas continuam em vigor.
O aumento do número de jornalistas e órgãos de imprensa estrangeiros acreditados na China "desempenhou um importante papel para ajudar o mundo a compreender o desenvolvimento e as mudanças" no país, reconheceu Hu Jintao.
O Presidente chinês apelou à "responsabilidade social" dos média, que considerou "mais importante do que nunca".
"Assistimos hoje em dia ao reforço da influência dos média na política internacional, economia, sociedade e cultura. Nota-se uma crescente influência dos média na maneira de pensar, trabalhar e viver das pessoas", disse.
Hu Jintao exortou os média a "relatar objectivamente a realidade da multipolaridade do mundo, a globalização económica e a diversidade das civilizações.
"Os média devem reflectir plenamente os aspectos e tendências dos vários países e encorajar apaixonadamente o progresso dos países em vias de desenvolvimento", acrescentou.
Hu Jintao, que é também secretário-geral do Partido Comunista Chinês, reafirmou que "a China ainda é o maior país do mundo em vias de desenvolvimento e enfrenta conflitos e problemas com uma dimensão e complexidade raramente vistas".
A Cimeira Mundial dos Média é a primeira reunião do género e foi organizada pela agencia noticiosa oficial chinesa Xinhua (Nova China), com apoio de oito grandes empresas do sector, entre as quais a News Corporation, de Rupert Murdoch, a BBC, a Time Warner e a Reuters.
Até sábado, responsáveis de 170 empresas de 70 países e regiões, da Europa à Austrália, vão debater os desafios enfrentados pelos meios tradicionais na era do digital e do multimédia.
"O modelo global dos media está a passar por transformações sem precedentes" e "a crescente diversidade das exigências do publico colocam ao sector desafios e oportunidade inéditas", disse o presidente da Xinhua, Li Congjun.
Portugal está representado pelo presidente da agência Lusa, Afonso Camões.
Três outros países lusófonos - Angola, Brasil e Moçambique - participam também na reunião, através da agência noticiosa angolana Angop, do Grupo Folha/UOL e da agência noticiosa moçambicana, respectivamente.