Hospital de Loures com menos utentes
Os utentes do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, chegaram a um ritmo mais lento que o previsto devido ao receio de diminuição de receitas, por parte dos hospitais que antes os seguiam, disse à Lusa a administração.
"Os hospitais não estão interessados em largar os doentes que já têm, independentemente da área que pertencem, sob o risco de diminuírem as receitas e entrarem numa situação financeira mais complicada", disse à agência Lusa o presidente do conselho de administração do HBA, Artur Vaz.
Com todas as 417 camas do hospital ocupadas, Artur Vaz assinala a vitória que foi a própria abertura do hospital nos prazos previstos, mas reconhece os constrangimentos ao nível da chegada dos utentes.
"Servimos uma população que antigamente era servida em Lisboa. Abrimos e não aconteceu nada em Lisboa. E como não aconteceu nada, e como os doentes não se multiplicam por causa de haver mais hospitais, houve alguma dificuldade em conseguir a referenciação adequada dos doentes da nossa área de influência para nós", explicou.
A produção do novo hospital ficou, em 2012, cerca de 10 por cento abaixo das previsões.
Apesar do fecho de contas entre o HBA e a ARS de Lisboa e Vale do Tejo só acontecer em junho, Artur Vaz estima que os 90 por cento - dos 56 milhões de euros do contrato para 2012 -- já pagos ao hospital deverão ser suficientes para pagar a produção realizada.
Para 2013, o HBA deverá aumentar a atividade, e os respetivos encargos, em cerca de 35 a 40 por cento.
Para já, Artur Vaz garante que não existem listas de espera nem fornecedores com pagamentos em atraso e congratula-se com os 1.580 partos efetuados, embora as previsões iniciais apontassem para 2.200. O HBA realizou ainda 514 interrupções de gravidez.