Histórias dos Bosques de Viena no Maria Matos

Ödön Von Horváth, o dramaturgo autríaco que antecipou a guerra na Europa regressa a Portugal pela mão do coletivo Truta. A peça estreia amanhã e fica em cena até dia 27.
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Desde que Emamuel Demarcy-Mota, diretor artístico do Theatre de Ville de Paris, apresentou no Festival de Teatro de Almada, de 2010, a peça "Casimiro e Carolina", que os portugueses não viam transposto para o palco o universo de Ödön von Horváth.

Hoje os Truta regressam ao dramaturgo austríaco com a peça "Histórias dos Bosques de Viena", no Teatro Maria Matos, em Lisboa.

Escrita em 1931, esta história de desencontros amorosos é o mote para o autor fazer aquilo mais gostava: a crítica mordaz a uma sociedade com valores distorcidos, as vidas suportadas em aparências, uma comunidade que escolhe a estupidez, a mentira e a ignorância como caminho.

Mariana, uma jovem rapariga ingénua, filha do dono da loja de brinquedos, que quebra o noivado com Óscar, depois de se ter apaixonado por Alfredo, um jogador e parasita sem vontade própria, que tem uma relação com Valéria, dona da tabacaria que fica na mesma rua.

"Histórias do Bosque de Viena" é uma das peças mais famosas de von Horváth. Escrita segundo a tradição do teatro popular vienense, a obra subverte o género (normalmente inofensivo), para formular uma crítica à comunidade burguesa intolerante nos alvores da 2ª Guerra Mundial, um tempo de crise económica.

Tendo como pano de fundo o som das obras de Strauss os Truta embalam-nos numa valsa que soa a falso, como o rosto demasiado pintado das raparigas, os gestos enfatuados dos homens, as palavras de seca amabilidade que dirigem uns aos outros.

No dia 27 (Dia Mundial do Teatro), o Teatro Maria Matos e a companhia Truta recebem famílias e público em geral numa visita especial aos bastidores do Teatro, mediante marcação prévia. A companhia segue depois para Guimarães.

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