Há um tubarão de regresso às Ilhas Baleares
A oito milhas da costa da Ilha de Cabrera, a expedição científica Alnitak 2018 viu e filmou durante 70 minutos um tubarão branco com cinco metros. Foi a primeira vez que se detetou um exemplar deste em águas espanholas, depois de rumores e avistamentos nunca confirmados.
A notícia foi dada pela organização de conservação do meio ambiente Alnital na sua página do Facebook, acrescentado que a filmagem tinha ocorrido a 28 de junho (esta quinta-feira) durante um dia de trabalho da expedição liderada pelo biólogo Ricardo Sagarminaga, de que fazem parte mais 11 pessoas de cinco países. Durante 70 minutos a tripulação filmou os movimentos do tubarão branco perto do Parque Natural de Cabrera.
"Íamos escutar cetáceos quando vimos uma barbatana negra e imediatamente vimos que era um tubarão muito grande. As condições do mar eram ótimas e tínhamos o espécime a três metros do barco e pudemos observá-lo de perto", explicou ao El País Fernando López-Mirones, biólogo que também estava na embarcação.
A espécie detetada é a mesma que vive nos mares da Austrália, Nova Zelândia e África do Sul "mas são de populações diferentes", sublinhou. Nessas zonas o tubarão branco é predador de lobos marinhos, mas no Mediterrâneo a sua alimentação é à base de atum vermelho. "Este tubarão não chega perto da costa nem come humanos. Não iremos fazer parte do seu menú", frisou López-Mirones.
A presença do tubarão branco perto das Baleares não é uma novidade e há, até, vários rumores e fotos das suas "visitas", sendo que a última vez que uma exemplar desta espécie foi capturado junto às ilhas foi em 1976. Em 2007, um trabalho do jornalista Juan Andrés Ruiz sobre a história desta espécie nas águas nas águas de Maiorca referia 27 capturas por parte de pescadores locais e próximas das Baleares entre 1920 e 1976.
A expedição liderada por Sagarminaga está a ser realizada em águas profundas junto ao Parque Natural de Cabrera e está inserida noprograma Libera, promovido pela associação ambientalista SEO Birdlife em colaboração com a Ecoembes e que quer manter os espaços naturais livres de lixo. Nas últimas semanas, a expedição recolheu dados sobre tartarugas marinhas, cachalotes, golfinhos e atum-rabilho.