Há mais cinco mortes e 353 casos. Número de internados em UCI continua a descer
Registaram-se 353 novos casos de covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas, refere o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). O relatório desta terça-feira (27 de abril) indica que morreram mais cinco pessoas devido à infeção pelo SARS-CoV-2.
O número de hospitalizações voltou a descer. Há 346 doentes com covid-19 internados, ou seja menos 19 pessoas em relação a segunda-feira. Nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) a tendência decrescente mantém-se e estão agora 86 doentes (menos cinco).
Foram registados em 24 horas quase 1200 casos de pessoas que recuperaram da infeção (1194), num total de 794 205.
A região Norte continua a ser aquela que regista o maior número de novos infetados (154), sendo que nesta zona do país não foram reportadas mortes por covid-19 entre ontem e hoje.
Lisboa e Vale do Tejo tem mais 81 casos da doença e o registo de duas vítimas mortais. Os restantes óbitos (3) ocorreram na região Centro, onde foram confirmados mais 47 casos da doença.
No restante território nacional, foram confirmados mais 28 infeções por SARS-CoV -2 no Alentejo, 10 no Algarve, 20 na Madeira e 13 nos Açores.
O boletim da DGS indica também que há mais 200 contactos que estão em vigilância pelas autoridades de saúde, elevando para 25 011 o número total.
De acordo com a atualização de segunda-feira, o índice de transmissibilidade, o chamado R(t), está a 0,99 a nível nacional e 1,00 no Continente. Já a incidência, num período de 14 dias, está nos 70,4 casos por 100 mil habitantes a nível nacional e 67,3 infetados por 100 mil habitantes em território continental.
Desde o início da pandemia, Portugal já confirmou 834 991 diagnósticos de covid-19 e 16 970 óbitos.
Perante estes dados, há agora 23 816 casos ativos da infeção pelo SARS-CoV-2 (menos 846), indica a DGS no dia em que o Presidente da República vai voltar a falar ao país. Às 20:00, Marcelo Rebelo de Sousa dirige-se aos portugueses depois de ouvir os partidos e de ter assistido, por videoconferência, à reunião desta manhã no Infarmed, em Lisboa, em que peritos analisaram a evolução da pandemia no país.
André Peralta Santos, da DGS, falou numa estabilização de casos a nível nacional e a "mortalidade com tendência decrescente". O mesmo especialista disse, no entanto, que o crescimento em Paredes, Paços de Ferreira e Penafiel causa preocupação.
Desceu a incidência na faixa etária dos 0 aos 9 anos e o grupo em que o número de casos "cresceu bastante foi dos dos 10 aos 20 anos", referiu.
Um "ponto muito positivo", disse este especialista, é a "tendência decrescente " das hospitalizações de pessoas com mais de 80 anos. "Neste momento é o grupo mais protegido", disse. "Estamos com 5 mortes por milhão de habitantes". O que se deve sobretudo à vacinação, referiu.
Na mesma reunião, João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) indicou que a variante do Reino Unido continua a ser a dominante, na ordem dos 89 e os 90% dos casos, mas a variante de Manaus, do Brasil, começa a "tornar-se preocupante". Há já 73 casos associados a esta variante do vírus, sendo que 44 foram identificados nos últimos 15 dias.
Detetados 64 casos da variante sul-africana, sendo que 11 foram detetados nas últimas duas semanas. "É o reflexo da reabertura de fronteiras", diz João Paulo Gomes.
Na última semana, prosseguiu, foram registados em Lisboa e Vale do Tejo seis casos associados à variante identificada na Índia.
"A situação epidemiológica das principais variantes não é impeditiva da continuação do plano de desconfinamento", considerou o especialista.
O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da task force para o Plano de Vacinação contra a covid-19 em Portugal frisou que "a nível nacional já ultrapassamos 3 milhões de vacinas inoculadas". No segundo trimestre, existiu uma ligeira evolução positiva, passamos para 9,2 milhões de vacinas.
O responsável afirmou que a redução de vacinas devido às limitações de idade de duas vacinas implica reduzir o ritmo de vacinação ligeiramente, mais no 3º trimestre.
"No 3º trimestre, as mesmas duas vacinas com as limitações de idade podem retirar ao plano cerca de 2,7 milhões de vacinas", disse. "O impacto relativamente a esta redução de vacinas de acordo com as disponibilidades existentes é reduzir ligeiramente o ritmo da vacinação, mais no terceiro trimestre, e atrasar a meta dos 70% de proteção da nossa população".
No final da reunião do Infarmed, a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que "mantém-se uma situação em que o país está a controlar a pandemia".
A "diminuição da letalidade é o aspeto mais positivo nesta longa luta contra a covid-19. "Estamos com cinco óbitos por milhão de habitantes", refere Marta Temido, que destaca ainda a redução do número de internamentos em enfermaria e em UCI - aqui abaixo dos 100 doentes.
Há, no entanto, aspetos a ter em atenção: um aumento da incidência na faixa etária entre os 10 e os 19 anos e uma tendência crescente em algumas áreas na região Norte. Assim como uma maior mobilidade, considerou.
A ministra da Saúde afirmou, porém, que "ainda é preciso lutar contra a pandemia, ela ainda não está ultrapassada".