Aumenta para 166 o número de casos de infeção por vírus Monkeypox
Já foram identificados 166 casos de infeção humana por vírus Monkeypox em Portugal, indica esta terça-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS). O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) confirmou mais 13 casos face à atualização divulgada no dia anterior.
Todos os casos "mantêm-se em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis", refere a entidade dirigida por Graça Freitas, dando conta que .
A maioria das infeções foi reportada em Lisboa e Vale do Tejo, havendo registo de casos nas regiões Norte e Algarve. "Todas as infeções confirmadas são em homens entre os 19 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos", lê-se na nota divulgada no site da DGS.
A autoridade de saúde afirma ainda que a "informação recolhida através dos inquéritos epidemiológicos está a ser analisada para contribuir para a avaliação do surto a nível nacional e internacional".
A ministra da Saúde, Marta Temido, justificou esta terça-feira o aumento de infeções pelo facto de Portugal estar a "fazer um registo muito real e empenhado daquilo que é o número de novos casos por vírus Monkeypox", tal como acontece com a covid-19.
"Ou seja, temos em Portugal uma boa tradição de registo de casos e isso de facto revela a dimensão do problema. Neste momento, continuamos, sobretudo, com a preocupação do acompanhamento destes utentes. Tanto quanto é do nosso conhecimento, as autoridades acompanham com prudência esta evolução, mas com uma prudência não excessiva", disse Marta Temido aos jornalistas.
Nesse sentido, a governante indicou que os números de cada país são sempre também reflexo da sua estratégia de notificação e da preocupação clínica a esse respeito e "muito variáveis de país para país".
Para Marta Temido, "a preocupação", neste momento, é, sobretudo, com "a boa saúde das pessoas que contraíram o vírus e que estão a ser acompanhadas".
"Acho que esse é o tema essencial, enquanto acompanhamos as recomendações internacionais e a evolução do estudo da etiologia", vincou.
Sobre se há uma definição de perfil para estes doentes, afirmou que se está a falar de "uma doença e as doenças escolhem pessoas". "Portanto, aquilo que é muito importante é que, de facto, os conselhos médicos sejam seguidos", rematou.
No que se refere à vacina, a ministra da Saúde referiu que a "reserva estratégica nacional de que o país dispõe já inclui a vacina contra a varíola humana".
Marta Temido garantiu que o Governo está atento em relação a uma possível "necessidade de reforço da reserva estratégica nacional".
O vírus Monkeypox foi identificado em macacos em 1958 e identificado pela primeira vez em humanos em 1970.
O Monkeypox, da família do vírus que causa a varíola, é transmitido de pessoa para pessoa por contacto próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados.
Esta é a primeira vez que um surto do vírus VMPX, como é também designado, é detetado em Portugal, num contexto de ocorrência de casos a serem reportados por vários países desde o início de maio.
O período de incubação varia entre cinco e os 21 dias, sendo em média de seis a 16 dias e os sintomas iniciam-se com febre, cefaleia, astenia, mialgia ou adenomegalias, aos quais se segue o aparecimento do exantema (erupção cutânea).
A doença é endémica na África Ocidental e Central e menos perigosa que a varíola.
A DGS recomenda às pessoas que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, que procurem aconselhamento médico.
Com Lusa