Grupo Agostinho Fernandes compra Cavalo de Ferro
Foi numa antiga cavalariça que o Grupo Editorial Fundação Agostinho Fernandes apresentou ontem a sua nova aquisição: a editora Cavalo de Ferro. Na Livraria Buchholz do Chiado deu-se aquilo que o futuro coordenador editorial do grupo, Hugo Madre Deus, considera "um casamento feliz".
Já António Sá da Costa, da administração do Grupo, acredita que "a aquisição vai reforçar a oferta editorial da Fundação". Apesar da crise Sá da Costa garante: "A ambição ainda é maior em 2009 e esperamos lançar mais de 200 títulos."
A Cavalo de Ferro junta-se assim às editoras Portugália, Portugália Brasil e às livrarias Sá da Costa e Buchholz neste Grupo Editorial criado em 2008. Diogo Madre Deus, que transita da Cavalo de Ferro para o Grupo, garante que esta união só foi possível porque "entre as editoras são partilhados valores como a excelência editorial, a inovação e a diferenciação".
Apesar da junção das editoras, Diogo Madre Deus afiança que a Cavalo de Ferro "vai manter a sua autonomia editorial, pois tem um papel complementar para a Fundação".
Hugo Xavier, o futuro responsável pela programação editorial do Grupo, acredita que "estas sinergias vão ajudar a preencher lacunas que existem no mercado português". Xavier evoca o elitismo inerente a estas editoras, garantindo que "o Grupo vai continuar a trabalhar em nichos de mercado. Vai lançar obras para as pessoas que realmente sabem apreciar livros".
Para já, aos clássicos da Sá da Costa, que vão desde Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões até à Divina Comédia de Dante, e à ficção fantástica da Portugália juntam-se obras de autores como Panos Karnezis, José Donoso, Romana Petri ou Knut Hamsun.
O Grupo que ganhou fôlego com a aquisição da Portugália em Junho de 2008 não vai ficar-se pela Cavalo de Ferro. O administrador do Grupo, Sérgio Nazareth Fernandes, garante que já tem "outras aquisições pensadas". Porém não as revela e esquiva-se à questão utilizando a sabedoria popular: "O segredo é a alma do negócio."