Governo espanhol pondera o recolher obrigatório em todo o país

Uma medida que só será possível se for decretado o estado de alarme em todo o país, esclarece o ministro da Saúde, que alerta para a "situação preocupante" da pandemia de covid-19. em Espanha "A segunda onda já não é uma ameaça, mas uma realidade", afirmou.
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O ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, afirmou, esta terça-feira, que o governo está a estudar a hipótese de decretar o recolher obrigatório para travar a propagação do novo coronavírus, uma medida que seria sempre ancorada no estado de alarme geral que tem uma duração de 15 dias, tendo de ser aprovado pelo Congresso.

As afirmações de Illa surgem depois do responsável pela Saúde da comunidade Madrid afirmar que está a ponderar a possibilidade de pedir ao Governo central que declare o recolher obrigatório para limitar as deslocações em determinadas horas do dia, seguindo assim o exemplo de França que aplicou a medida em cinco cidades.

"Nesta situação em que vivemos com a pandemia, qualquer opção que envolva restrição de atividade ou de mobilidade deve ser estudada", salientou Enrique Ruiz Escudero, responsável pela Saúde em Madrid.

Em conferência de imprensa, após a reunião do Conselho de Ministros, Salvador Illa avisou que as próximas semanas vão ser "muito difíceis". "A segunda onda já não é uma ameaça, mas uma realidade", alertou o ministro, citado pelo El Mundo, sobre o agravamento da pandemia de covid-19 no país.

Trata-se de uma "situação preocupante", afirmou o ministro, embora reconheça diferenças regionais. Afirmou que "o vírus não viaja sozinho" e que por isso é necessário "reduzir a mobilidade e os contactos com o esforço de todos". Está, por isso, em estudo a possibilidade de um recolher obrigatório para limitar as deslocações da população em todo o território.

Mas "esta medida exige um estado de alarme", refere Salvador Illa. Só desta forma será possível legalmente limitar o direito fundamental dos cidadãos de se deslocarem livremente quando e onde quiserem, considera o ministro. "Vamos analisar o estado de alarme com a comunidade de Madrid e com outras que também têm abordagens semelhantes no conjunto interterritorial". O ministro quer saber se o PP estaria disponível em apoiar o executivo Pedro Sánchez em decretar o estado de alarme geral.

Para já, o Ministério da Saúde está a preparar um plano de atuação conjunta para todo o país. "O Governo não pretende substituir as comunidades, mas sim coordená-las", esclareceu Salvador Illa.

O Governo central vai reunir-se na quarta-feira com os responsáveis pela saúde das comunidades autónomas, que têm competências para tomar decisões nesta área, esperando-se que do encontro saia algum tipo de resposta comum para enfrentar a pandemia.

Ainda na conferência de imprensa, Salvador Illa fez saber que o Conselho de Ministros autorizou a compra antecipada de 3,5 milhões de doses de vacinas, que deverão começar a chegar já em dezembro, caso o fármaco da AstraZeneca/Oxford passe com sucesso os testes de segurança.

De acordo com projeções do governo espanhol, as vacinas adquiridas, por serem de dose dupla, vão poder ser administradas a 15 milhões de espanhóis, entre os meses de dezembro e junho.

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