Gótico: a ascensão de uma sensibilidade estética

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Vestem-se de negro, a sua aparência é por vezes assustadora e motivam olhares de perplexidade pela excentricidade da sua imagem. Hoje, passados 40 anos dos primeiros indícios da cultura gótica no Reino Unido, sempre associada à música dos The Cure, Bauhaus e Sisters of Mercy, a diversidade de subestilos do gótico faz com que ele seja cada vez mais popular, principalmente junto do mais jovens.

Por cá, são já consideráveis os espaços dedicadas ao estilo. Lojas de vestuário espalhadas por todo o País e discotecas como o Metropolis, em Lisboa, e o Heavens Gothic Bar, no Porto, congregam cada vez maiores legiões de "seres da noite."

E o que caracteriza a cultura gótica? Apesar da sua abrangência que "infecta" a literatura, música e cinema, é principalmente a imagem que diferencia os góticos das restantes subculturas do nosso quotidiano. Uma imagem que pode ser bastante diversificada, consoante os estilos darkwave, vanguarda, vitoriano, romântico/ vampírico, ciber gótico, punk gótico e mais recentemente os emos. Mas sobretudo pela estética imperativa das cores escuras, que se traduz em vários estilos de vestuário, mas também em cores vivas, como no caso dos futuristas ciber góticos, sempre com o propósito de serem diferentes, de transparecerem as suas reflexões acerca do mundo. Não é à toa que o termo gótico descende dos Godos, povos germânicos que invadiam e saqueavam o Império Romano na altura de Marco Aurélio, tendo os romanos os apelidado de "os diferentes" e "invasores".

Além da música, várias personalidades se destacam noutros quadrantes. Dos mais famosos, o cineasta Tim Burton e o pintor HR Giger, e até as filhas do primeiro-ministro espanhol José Luís Zapatero, Alba e Laura. O facto é que se outrora o gótico era um culto reservado a minorias que se juntavam aos fins--de-semana em bares obscuros, actualmente existem vários festivais como o Wave Gotik Treffen, que se realiza todos os anos na cidade de Leipzig, na Alemanha, desde 1987. Trata-se de um megaencontro da comunidade gótica, oriunda dos quatro cantos do mundo, num festival em que pontificam cerca de 20 mil visitantes por ano.

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