Gaspar explica ajuda à banca no Parlamento

O ministro das Finanças vai hoje ao Parlamento para explicar os mais de 7.000 milhões de euros que o Estado injetou no BCP, BPI, CGD e Banif, numa audição que também deverá ser marcada pela crise económica.
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A ida de Vítor Gaspar à Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças põe fim a várias audições sobre as recapitalizações que o Estado recentemente fez nos bancos portugueses, com vista a estes atingirem as metas de capital exigidas pelos reguladores.

No memorando de entendimento assinado entre Portugal e a 'troika' (composta pelo Fundo Monetário Europeu, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) foram destinados 12 mil milhões de euros para o setor financeiro.

A esta linha, o Estado foi buscar, o ano passado, 3.000 milhões de euros para conceder ao BCP num empréstimo obrigacionista e 1.500 milhões de euros ao BPI (dos quais já reembolsou 300 milhões de euros).

Já este ano, o Estado injetou 1.100 milhões de euros no Banif. Destes, 700 milhões de euros foram usados na compra de ações especiais do banco e 400 milhões em instrumentos de dívida convertíveis em ações (as chamadas 'CoCo bonds'), pelo que o Estado é agora (e pelo menos até junho) dono de 99,2% das ações do Banif e de 98,7% dos direitos de voto.

Também na Caixa Geral de Depósitos (CGD) o Estado injetou dinheiro (1.650 milhões de euros, dos quais 900 milhões em 'CoCo bonds' e 750 milhões em ações), mas enquanto seu único acionista, este capital não saiu da linha disponibilizada pelos credores externos.

Depois de o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e de os presidentes dos bancos intervencionados terem sido ouvidos na Comissão de Orçamento e Finanças, o ciclo destas audições é fechado hoje com Vítor Gaspar, com a reunião a ter início marcado para as 16:00, na Assembleia da República, em Lisboa.

Além da recapitalização pública dos bancos, o governante deverá ainda ser chamado a comentar a recessão económica em Portugal, depois de na quinta-feira ter sido conhecido que o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,2% em 2012, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este valor significa que, o ano passado, a economia portuguesa registou a segunda maior recessão da sua história, encontrando-se um registo anual mais negativo apenas em 1975, quando a recessão atingiu os 5,1%, ainda que com dados que não são inteiramente comparáveis.

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