Fundação católica denuncia desaparecimento de bispo na China
A 6 de abril, o bispo tinha sido chamado ao Gabinete para os Assuntos Religiosos das autoridades chinesas, e desde então ninguém consegue entrar em contacto com ele, denunciou a fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Pequim e o Vaticano não têm relações diplomáticas. As manifestações católicas no país asiático são apenas permitidas, no âmbito da Associação Patriótica Chinesa, a igreja aprovada pelo Partido Comunista Chinês (PCC) e independente do Vaticano. Muitos dos crentes optam por celebrar a sua fé em casas particulares ou igrejas clandestinas, que se dizem fiéis a Roma e agem independentemente de Pequim.
Vincent, de 59 anos, exerce na diocese de Mindong, na província de Fujian, leste do país, e descrita pela AIS como "particularmente ativa". "Esta não é a primeira vez que o prelado se vê privado de liberdade", referiu a fundação. O portal Igrejas da Ásia indicou ser possível que as autoridades locais procurem apenas afastar o bispo da comunidade durante as celebrações da Páscoa.
O Governo chinês tem combatido as igrejas clandestinas, ao mesmo tempo que pede aos católicos do país para que funcionem "independentemente" de forças externas e "promovam o socialismo e patriotismo através da religião".
Em dezembro passado, no final de um encontro entre o clero da Associação Patriótica Chinesa, Yu Zhengsheng, um dos membros do Comité Permanente do Politburo do PCC, a cúpula do poder na China, apelou às igrejas católicas do país para aderirem ao "socialismo com características chinesas" e adotarem "a direção correta de desenvolvimento".
A organização de defesa dos direitos humanos China Aid indicou que na cidade de Wenzhou, conhecida como Jerusalém da China, foram removidos nos últimos anos cerca de 360 cruzes das igrejas locais. As autoridades têm também colocado câmaras de vigilância nas igrejas cristãs locais, argumentando que se trata de uma medida de prevenção contra o terrorismo.