Fundação Gulbenkian: os 50 anos de uma obra modernista e humanista

Entregue a uma equipa de três arquitetos, a obra que integra o museu, a fundação e os jardins pretende enaltecer o espírito humanista de um homem.
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Foi há 50 anos que Lisboa entrou na escala mundial das artes e das ciências. O edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian era inaugurado a 2 de outubro de 1969 perante mais de 1500 convidados, perante o Chefe do Estado, o cardeal-patriarca e o presidente do Conselho, que para distinguir a obra feita relembrou que "o testamento do Sr. Gulbenkian é uma lição admirável de humanitarismo".

A obra modernista erguida no centro da cidade, junto à Praça de Espanha e à Avenida de Berna, representa isso mesmo, o ato humanista de um homem e o seu carácter. A espiritualidade concentrada, a força criadora e a simplicidade de vida estão vertidas no projeto arquitetónico entregue a uma equipa de três arquitetos:Ruy Athouguia, Pedro Cid e Alberto Pessoa.

A sua conceção procurou criar um ambiente agradável e sóbrio, proporcionando perspetivas de visão a partir do interior, sobre diversos ângulos do jardim circundante. A construção dos vários edifícios baseou-se nas técnicas mais modernas da altura, betão armado e betão pré-esforçado.

No cruzamento entre a Praça de Espanha, a Avenida de Berna e a Avenida António Augusto de Aguiar, a sede da obra do senhor Gulbenkian ocupa uma área de cerca de 25 mil metros quadrados e está distribuída por seis pisos (dois subterrâneos), concebidos para instalar a administração da fundação e os diversos serviços.

Mas este espaço integra ainda salas destinadas a espetáculos, exposições, conferências e congressos. As instalações de apoio (oficinais e técnicas) situam-se no subsolo.

O Grande Auditório ocupa o extremo sul do edifício da sede, tem uma lotação de 1300 lugares e acolhe todo o tipo de espetáculos - concertos, teatro, dança e conferências. O auditório 2 tem 334 lugares. Há ainda várias salas de conferências e duas galerias para exposições temporárias.

O Museu Calouste Gulbenkian alberga, em exposição permanente, a coleção de arte do fundador; nesse mesmo edifício existe uma galeria de exposições temporárias, uma área destinada a apoio das atividades culturais, biblioteca e arte.

O Centro de Arte Moderna foi inaugurado em 1983 no Parque Gulbenkian. Em homenagem ao primeiro presidente da fundação, passou a ser designado por Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão em 1993.

Este complexo modernista de edifícios foi considerado em 1975 Prémio Valmor e Monumento Nacional em 2010, constituindo-se como a primeira obra contemporânea a ser considerada património em Portugal.

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