Fogo no Marão com duas frentes em zona de "difíceis acessos"
Um incêndio que lavra desde a noite de sábado na serra do Marão tem duas frentes ativas em zonas de "difíceis acessos", mas não ameaça populações, disse à Lusa o segundo comandante operacional da Proteção Civil de Vila Real.
"No terreno temos duas frentes ainda ativas, está a arder com alguma intensidade porque está a progredir em zonas de difíceis acessos", disse Artur Mota à Lusa cerca das 12:00.
De acordo com o segundo comandante operacional distrital (CODIS), o incêndio não está a colocar populações ou habitações em risco, por ocorrer "só na montanha, na parte mais alta da Serra do Marão", perto das turbinas eólicas, já perto do distrito do Porto.
O responsável disse que no local há "pessoal a fazer trabalhos com ferramentas manuais", uma "linha de mangueira" e os meios aéreos estão "a fazer descargas para permitir a entrada do pessoal em terra".
O incêndio, localizado na freguesia de Campeã, concelho de Vila Real, deflagrou no sábado pelas 22:37, segundo os registos da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Pelas 12:25, de acordo com a página na internet da ANEPC, estavam no combate a este incêndio 136 operacionais, auxiliados por 38 meios terrestres e sete meios aéreos.
Artur Mota considerou que o incêndio "não está a arder assim com grande intensidade", mas advertiu que o vento pode aumentar as dificuldades durante a tarde.
"Isso pode ser a nossa traição, porque se não for o vento a estragar-nos o serviço, à partida não está assim nada de fora do controlo", anteviu.
O incêndio lavra numa zona de povoamento florestal (área arborizada, com pelo menos 0,5 hectares e mais de 10% de grau de coberto), segundo a ANEPC.
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O incêndio que deflagrou na tarde de sábado no concelho da Guarda foi dado como dominado às 07:19 deste domingo, de acordo com fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda.
"Foi dado como dominado, agora as equipas dos bombeiros vão-se manter no local, com a vigilância muito apertada, para evitar qualquer reacendimento que é normal que surja", disse, por seu turno, à Lusa o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa.
Para o autarca "é fundamental" ter "muitas equipas no local" devido aos reacendimentos e também "por causa dos ventos".
"Ontem [sábado] quando começou o incêndio, pouco antes, o vento estava a começar a soprar com intensidade, por isso é que aconteceu o que aconteceu. Hoje a previsão é muito mais reduzida, mas já sabemos que nestas coisas, de vez em quando, as previsões também falham, por isso é importante ter muita gente no local sempre pronta para atacar qualquer reacendimento", frisou.
O comandante dos bombeiros da Guarda, António Pereira, adiantou à Lusa que "foi uma noite de muito trabalho, árduo, mas agora, principalmente no flanco direito, na direção de Mizarela, uma zona de muitas escarpas e difícil acesso, há o apoio dos meios aéreos para ajudar a eliminar os pontos quentes".
De acordo com informação disponível no 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio, que deflagrou em Mizarela, pelas 15:36, teve duas frentes ativas: uma para Mizarela e a outra para Vila Cortês e está a ser combatido por 420 operacionais apoiados por 121 viaturas e dois meios aéreos.
O alerta em Aldeia Viçosa foi dado pelas 15:36 de sábado e, quase de imediato, foram evacuadas a praia fluvial de Aldeia Viçosa e a povoação de Soida.
O incêndio levou também à retirada de um grupo de campistas de 60 pessoas do parque de campismo de Mizarela que foram levados para a Guarda.