"Fiz um filme que foi premiado. Não fiz 40 filmes bons, fiz um filme bom!"

Entrevista de verão à cineasta Leonor Teles. Dois filmes, dois trabalhos premiados, um deles com o Urso de Ouro e que valeu a exibição num cinema. E a miúda de Vila Franca de Xira tem passado o ano a viajar por tudo o que são festivais. Fora isso, nada mudou
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Entre um continente e outro, entre partidas e chegadas de aeroportos, entre fazer e desfazer malas, assim tem sido a vida de Leonor Teles neste ano. De calções, havaianas e camisa aos quadrados, Leonor chega segura aos Jardins da Calouste Gulbenkian, em Lisboa, pronta a dar respostas curtas e concisas sobre o filme que fez dela a mais jovem premiada no Festival de Cinema de Berlim (tem 24 anos). Foi em fevereiro e nunca mais parou de apresentar o seu trabalho, no país e no estrangeiro. E que faz que não tenha conseguido avançar com tantas ideias de temas que sonha realizar, um deles em que a sua terra, Vila Franca de Xira, tem um papel principal. Mas é mesmo assim o circuito dos festivais. Dão prémios e, quem sabe, alguns patrocínios.

Balada de Um Batráquio é um documentário, embora tenha uma parte de interpretação da realidade. Em que género cinematográfico o inseriria?

Essa é uma das particularidades do meu filme, é muito difícil definir o género a que pertence. Mistura vários registos.

Mas como é que a própria realizadora o define?

É um filme pequeno.

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O filme pequeno que foi distinguido em Berlim e em Hong Kong. Cinco meses depois de receber um Urso de Ouro continua surpreendida com tais distinções?

Claro, é sempre surpreendente. É sempre bom receber um prémio e é sempre surpreendente as pessoas reconhecerem o nosso trabalho e valorizarem o que fazemos, especialmente - como é o caso - quando se trata de culturas tão diferentes da nossa.

É o primeiro trabalho que não é académico, uma estreia, e percebe-se que seja difícil saber qual será o impacto que vai ter junto do público, especializado ou não. Mas ao fim de receber tantas críticas positivas deixa de ser surpreendente, não?

Não, para mim é sempre surpreendente porque uma coisa é a crítica e são as notas positivas que recebemos e outra é as pessoas efetivamente verem o filme e gostarem dele. E tem acontecido que muitas pessoas vêm ter comigo, dizem que tinham expectativas elevadas em relação ao que ouviram sobre o filme e que confirmaram, ou até superaram, essas expectativas - o que é muito bom. Uma coisa é a crítica escrita sobre um objeto e outra coisa é experienciar esse objeto, ver os onze minutos que o filme tem. E quando as pessoas me vêm dizer que gostam, que têm leituras diferentes das minhas, o que já me contaram, a mim surpreende-me sempre.

Aliás, tem dito que o seu melhor prémio é as pessoas verem os seus filmes.

Sim, claro. O objetivo de quem faz um filme é que seja visto por o máximo de pessoas.

Mas os prémios são um reconhecimento e, ao mesmo tempo, são um selo de qualidade.

Sim, mas o problema dos prémios é terem um grau elevado de subjetividade. A coisa boa dos prémios é que nos podem ajudar a arranjar financiamento mais depressa. Mas, por outro lado, os prémios não dependem só dos filmes em si, não é como o que se passa num jogo de futebol em que a seleção joga e ganha os jogos, como foi o caso do Euro.

[citacao: A coisa boa dos prémios é que nos podem ajudar a arranjar financiamento mais depressa]

Um festival não é tão linear assim, no fundo é uma seleção de opiniões sobre um determinado produto, de escolha.

Concorrer a um festival e ser premiado depende de muitos fatores externos ao próprio filme, depende do júri que vai avaliar, dos filmes que foram selecionados, não depende só do realizador e da equipa que o concebeu. Fazemos um filme, mas a partir de um momento em que é selecionado para um festival torna-se autónomo. O prémio é bom, claro que é ótimo, mas não é o mais importante no meu trabalho.

Já concorreu a quantos festivais?

Não sei.

Muitos?

Muitos.

Ser a melhor curta-metragem em dois festivais, receber o Urso de Ouro em Berlim, não significa nada?

Significa, claro que significa, fiquei muito contente, até porque foi totalmente inesperado para mim, mas não posso achar que sou a melhor do mundo. Não é porque ganhei o Urso de Ouro [de melhor curta-metragem], que é o prémio máximo em Berlim e que quase ninguém ganha, que vou ser uma pessoa diferente.

O primeiro filme, a realizadora mais jovem premiada...

Sim, mas isso da idade para mim não quer dizer nada, absolutamente nada. A verdade que é bom receber o prémio, mas fiz um filme que foi premiado. Não fiz 40 filmes bons, fiz um filme bom. Claro que vou continuar a dar o meu máximo, a fazer os possíveis para que os meus próximos filmes sejam bons, mas eu não sei se vou ter capacidade para fazer uma carreira longa. Ninguém me diz que, daqui a cinco anos, fiz três filmes e que vou fazer outra coisa. Achei muito melhor para mim e para o nosso projeto as coisas que o Urso de Ouro trouxe.

Qual foi o mais importante?

O mais importante foi o facto de o filme ter estreado numa sala de cinema em Portugal, o que é uma coisa rara no país. Balada de Um Batráquio estreou-se com uma longa-metragem, o que é ainda mais raro, foi uma conquista esse facto e fiquei felicíssima por isso. Porque o objetivo principal de quem faz cinema é que os filmes sejam vistos por muitas pessoas - é para isso que são feitos, é para isso que trabalhamos.

Compreendo as cautelas em relação ao futuro. Mas as distinções são sorte de principiante?

Não sei, mas também não vou dizer que foi sorte de principiante. Trabalhei muito neste filme, demorei dois anos a fazê-lo, a tentar perceber o que devia entrar e o que devia sair.

Também Rhoma Acans, um trabalho académico, o filme que fez na Escola Superior de Teatro e Cinema onde estudou foi premiado. Isso não lhe dá uma certa segurança?

Dá e espero que dê ainda mais segurança às pessoas que vão financiar os meus próximos filmes. Eu tenho de ter segurança em relação ao meu próprio trabalho, ter a segurança de que é um trabalho bem feito. Eu também não vou mostrar uma coisa que não ache que seja boa. Tenho de ter segurança no que fizer no futuro - que não sei o que vai ser -, ter segurança em relação ao que eu crio, produzo, até para o defender perante os outros. Tenho de ter confiança suficiente e postura para dar a cara por aquele projeto e só o farei se achar que está bem feito. Dar a cara por ele e assiná-lo. Não sei o que vou fazer no futuro, mas não vou fazer uma coisa em que não me reveja.

[citacao: Não sei o que vou fazer no futuro, mas não vou fazer uma coisa em que não me reveja]

Os dois prémios internacionais que recebeu abriram-lhe portas?

Ainda não abriram nenhuma porta. Lá está, isto dos prémios é muito bom mas não é uma situação em que as consequências se verifiquem a curto prazo, se acontecer alguma coisa penso que será a longo prazo.

O que é que mudou na sua vida desde que participou no Festival de Cinema de Berlim?

Não mudou muita coisa, só tenho estado a viajar mais, essa é a diferença. E é muito bom viajar e, ainda por cima, apresentar o nosso trabalho.

Neste momento, consegue viver do cinema?

Para já sim e não tem que ver com os prémios. Agora, vamos ver como será daqui a um ou dois anos. Neste momento estou a receber um subsídio de escrita e desenvolvimento e é com isso que estou a viver. E é o que estou a fazer, estou a escrever.

O que é raro no meio cinematográfico, ainda por cima quando se é tão jovem. Deve ter muitos colegas que estudaram consigo e que não o conseguem.

Sim, isso acontece, mas a maioria das pessoas não estão só no cinema, até porque é muito difícil encontrar trabalho nesta área. As pessoas têm de conciliar com outro tipo de trabalhos, mesmo no audiovisual. Eu também tenho feito outras coisas, trabalhos para a televisão, para publicidade.

Foi galardoada com a distinção máxima no estrangeiro, mas em Portugal ficou-se por uma menção honrosa, concretamente no IndieLisboa. Sente que em Portugal não lhe deram o devido valor?

Isso não sei, tem de perguntar a quem fez parte do júri. Mas não foi algo que me tivesse surpreendido, percebo que seja assim.

Porquê?

Porque um filme que ganhe em Berlim já tem tanta visibilidade que o normal, depois, é dar-se atenção a outros filmes, a outros realizadores.

Não terá que ver com o tema da história? Refere o preconceito da sociedade em relação aos ciganos, o que é simbolizado através da exposição dos sapos para afastar a comunidade cigana, e que pode ser mais desconhecida no estrangeiro do que em Portugal?

Não tenho essa ideia de que aqui as pessoas conheçam essa situação, muita gente me disse que desconhecia. Mas é verdade que nos outros países não há essa associação entre o sapo e o cigano, não existem manifestações de racismo e de xenofobia com este simbolismo.

Percebeu, quando fez o filme, como é que isso terá surgido?

Não, mas isso nem sequer acontece na Madeira, é uma coisa só do continente. Por acaso as opiniões que tenho recebido mostram que as pessoas não sabiam para que era utilizado o sapo e começaram a reparar depois do filme. As ruas estão cheias de sapos de loiça.

[citacao: No fundo, todo o filme acaba por ser uma grande parvoíce]

Disse que o seu filme "era tosco e parvo" mas também "punk" e uma "espécie de guerrilha". Não é contraditório? Como é que um filme tosco consegue ser de guerrilha?

Consegue, consegue, não é contraditório. A atitude punk do filme tem que ver como o facto de não estarmos só a abordar um problema, a denunciar uma situação. A atitude punk tem que ver com o facto de apresentarmos soluções, mostrar os sapos e atirá-los ao chão, partir a loiça toda, não ficarmos de braços cruzados perante uma coisa que é socialmente aceite. Defendo que o filme é parvo porque foi preciso adotar medidas parvas para abordar um assunto que é ainda mais parvo. No fundo, todo o filme acaba por ser uma grande parvoíce.

De facto o filme tem isso, é um filme despretensioso e que aborda as questões complexas com uma certa simplicidade. Aparentemente tem que ver com a própria atitude da Leonor, que continua na sua.

E tenho de continuar. Fiz só dois filmes na minha vida, mas acho que sim, os filmes refletem muito aquilo que eu sou.

E como é que a Leonor é?

Sei lá, sou assim, esta pessoa. Em relação ao meu trabalho, quando acredito muito numa coisa, luto por ela até ao fim. Sou muito persistente. E tento fazer aquilo da forma mais honesta possível, não tenho pretensões nenhumas de fazer filmes que pareçam mais do que são. E isso é um bocadinho o que a Balada tem, essa vontade de querer fazer alguma coisa, de querer transportar essa ideia, essa inquietação e tentar resolvê-la através de um filme. O meu objetivo é dar tudo de mim, dar o máximo em cada trabalho e é essa vontade de acreditar, de querer fazer as coisas que definem a minha maneira de estar.

Em algum momento sentiu que era melhor parar, que o tema não tinha pernas para andar?

Isso não, nunca aconteceu. Mas estive um ano a montar o filme. E o meu maior trabalho foi essa parte de montagem, tentar perceber como é que ia contar uma história em tão pouco tempo; eu até pensava em ter menos de dez minutos, mas ainda bem que teve mais. O trabalho foi perceber como é que se iam equilibrar todas as partes da história, e isso acabou por custar muito mais do que propriamente a filmagem, que acabou por ser bastante simples - levou para aí uns seis dias.

Tinha muito filmado para cortar?

Não, filmei apenas meia hora, até porque foi em película [filmado em super 8].

O que é que foi assim tão difícil, então?

Foi muito difícil partir os sapos, isso foi complicado. Foi o mais difícil durante a rodagem. Sobretudo o primeiro, porque não costumo cometer esse tipo de delinquência e vandalismo. É preciso ter estômago para fazer este tipo de coisas, não foi nada encenado, as cenas foram todas verdadeiras, não avisámos ninguém.

Percebe-se no filme, ao ver a aflição e a forma como corria depois de atirar o sapo de loiça para o chão.

Os lojistas vinham atrás de mim depois de partir o sapo. E estava toda a equipa com os nervos em franja. Claro que agora pensamos que valeu a pena. Depois de o termos conseguido fazer, estamos satisfeitos por o termos feito. Mas, na altura, só pensava que devia estar louca para me ter metido naquilo.

Nunca foram apanhados?

Isso aconteceu uma vez, mas acabámos por não usar essa parte no filme. Foi uma decisão minha não utilizar isso.

Deu-lhe algum gozo essa transgressão, ter partido a loiça toda, como diz?

Vou dizer que sim. No primeiro e no segundo sapo não estava a ver nada à minha frente, estava completamente cega, mas depois, sim, já estávamos mais descontraídos. Tínhamos a experiência das primeiras vezes.

O que é que herdou da parte cigana da sua família?

Não sei, nunca pensei muito nisso. Se calhar, herdei o mau feitio, ter sangue na guelra. Há coisas que herdei do meu pai e da minha avó, dos ciganos, mas depois tinha a minha mãe que descendia de varinos. Sei lá! Acho que sou uma mistura de etnias e etnias que são sempre muito efusivas. Claro que o facto de ser oriunda de uma família cigana trouxe uma mais-valia para a escolha do tema que pretendia abordar. Se não fosse meio cigana, se calhar não me tinha interessado por estes temas.

É a filha do meio, tem um irmão mais velho e outro mais novo, se calhar precisou dessa genica para conseguir o seu espaço na família.

Não, não, não precisei disso para me impor. E gosto muito de ser a irmã do meio.

A temática dos ciganos está encerrada?

Para já sim, o que não quer dizer que não possa voltar a ela mais tarde.

Os dois filmes que fez são sobre a comunidade cigana. Sentiu necessidade de afirmar o seu lado cigano?

Não, nada disso. São realidades que me estão mais próximas, e isso é uma mais-valia, mas não houve qualquer necessidade de afirmação. O que acho é que uma pessoa não tem de viver da forma A, B ou C para ser cigana. Considero que há valores e tradições ciganas que hoje não fazem sentido, mas há outras coisas que são muito importantes e que devem ser mantidas.

Quais são as tradições a manter?

A importância da família, por exemplo. Há valores e tradições boas, talvez não levadas a um lado tão extremo, mas há aptidões muito boas. A música é outro exemplo, parece que nascem com a música. Os miúdos têm uma aptidão para a música incrível e que passa de geração para geração. O meu pai passou-me isso.

Apesar de estar mais afastado da família?

Sim, caro. E o facto de ter dito que era cigana teve que ver com os próprios filmes, aconteceu naturalmente. Não ando com uma T-shirt a dizer que sou cigana, não se trata disso. Aconteceu que, no primeiro filme, antes de contar a história daquelas raparigas e sobre as práticas que queria denunciar, tinha de contar a minha história. Naquele filme fazia todo o sentido, nem podia ser de outra maneira.

E vai continuar a partir a loiça toda, metaforicamente falando?

Sim, mas não vão ser todos os trabalhos assim. Neste filme foi preciso ser interventiva, foi assim que o entendi, mas não quer dizer que nos outros o seja. Penso que, em cada trabalho, se tem de ter a distância suficiente para ver de que é que aquele filme precisa. Quais vão ser as armas e os instrumentos para abordar aquela questão, com o que é que posso trabalhar.

O cinema é uma arma?

Sim.

Vai continuar a usá-la?

Sim, mas primeiro vou utilizar essa arma a meu favor. E a meu favor entendo que devo abordar as questões que me inquietam, aquilo que eu pretendo questionar. E as coisas podem ser interventivas, mas se calhar não de uma forma tão literal como no Batráquio, podem ser mais poéticas.

Considera-se uma cineasta de intervenção, de causas, por exemplo na linha de Michael Moore, que é muito crítico da sociedade norte-americana?

O que faço e pretendo fazer não tem nada que ver. Todos os filmes que Michael Moore faz são do mesmo género, adota o mesmo dispositivo, e isso não me atrai. É preciso inovar, quero experimentar sempre coisas diferentes.

Então?

Para mim, o importante é perceber o tema que tenho em mãos e a forma como o irei abordar. Perceber, tenho esta ideia, esta história, qual é o dispositivo certo e justo para a contar? O caso do Batráquio foi mais interventivo, mas faço isso porque preciso, não é por capricho, é porque faz sentido.

Também é uma cineasta-documentarista.

Mas vou continuar neste registo, no documentário misturado com a ficção. Se sinto que o que a realidade me está a dar não é suficiente para o que quero abordar, então, tenho de procurar outros instrumentos. Isto é o cinema, o cinema é mesmo assim. Nem a ficção é só ficção nem o documentário é só documentário.

E o facto de ter nascido e crescido numa cidade mais pequena, como Vila Franca de Xira, como é que a influencia?

Influencia, embora eu viva em Vila Franca mas esteja sempre em Lisboa. Há seis anos que estou em Lisboa: estudei cá, trabalho cá. O sítio onde vivemos é importante, mas fundamentalmente o que fazemos tem sobretudo que ver com a nossa família, com o que fizemos em casa, com o que fizemos na escola, com o que somos.

Quando era pequena queria ir para a Força Aérea. Porque é que não seguiu essa via?

Em miúda, imaginava como seria estar na Força Aérea, pilotar aviões, viajar, mas, depois, comecei a perceber que tinha de engolir muitos sapos e que, se calhar, não tinha o perfil para seguir a vida militar. Comecei a perceber que tinha outros interesses além da aviação, a conhecer coisas que me interessavam mais.

Também jogou futebol. Foi para marcar posição, enquanto mulher?

Não, se o foi era inconscientemente. Jogava futebol porque queria e porque gostava. Joguei futsal até há muito pouco tempo, mas fiz muitos outros desportos. Sempre gostei imenso de desporto, mas era mesmo por lazer, até porque - e aí é que entra a parte das mulheres - o futsal feminino não tem o mesmo valor que o futsal masculino. Também é assim para o futebol, ainda é mais no futebol.

Acabou por estudar cinema, mais pela questão da imagem. A fotografia é uma área em aberto?

Eu trabalho muito em fotografia para cinema, não sou só realizadora. Aliás, eu nem me considero realizadora, posso realizar filmes. Em todos os outros trabalhos que faço, e que não são os meus projetos, são a nível da imagem.

Prefere que a tratem por cineasta?

Sim, claro que sou realizadora dos meus filmes, mas o que gosto mais de fazer, do que eu gosto mais, é de estar atrás da câmara.

O que é que se vê a fazer daqui a 30 anos?

Trinta anos? Tantos? Nessa altura, terei 50. Não sei o que estarei a fazer, se nem sequer sei o dia de amanhã...

Mas sonha.

Sonho. Espero que as coisas corram bem a nível profissional, não só para mim como para toda a minha geração que trabalha nas artes, para que consigam seguir a área, porque é mesmo muito difícil, principalmente para pessoas mais novas e que começaram a trabalhar há pouco tempo. Gostava de ver toda a gente ocupada, nos seus projetos e não estarem sempre preocupados com a falta de dinheiro, com a sobrevivência, terem três a quatro trabalhos ao mesmo tempo para pagar as contas do mês.

O que é que vai fazer a seguir?

Não sei. Estou sempre a pensar em muitas coisas, que poderão ser feitas ou não. Tenho muitas ideias. Neste momento o que estou a fazer é acompanhar, apresentar o Balada de Um Batráquio nos cinemas.

Sabe ao menos se o que fará será sempre uma curta?

Para já, não me sinto ainda com coragem para o formato longo, mas também não posso dizer que não o farei. Isso vai depender da temática do filme, do projeto, mas à partida serão curtas.

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