Medina faz da habitação um pilar fundamental do seu programa de recandidatura à câmara e partilha com todos os outros candidatos a necessidade de apoiar jovens e famílias de classe média no arrendamento. Mas o autarca volta a colocar nas suas promessas eleitorais a conclusão da construção de cerca de 8000 fogos de habitação pública, que estão em diferentes fases de construção, além da reabilitação do edificado público por toda a cidade. O que já constava do seu programa em 2017..Carlos Moedas foca-se muito na resposta aos problemas de habitação para os jovens e uma das suas bandeiras é de isenção de IMT (imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis) para aquisição de habitação própria, até aos 250 mil euros, para jovens até aos 35 anos. E tal como o adversário do PS defende mecanismos de renda acessível. Moedas quer "reforçar mais oferta para jovens" e e dar mais flexibilidade à vertente virada para as famílias, "adaptando as tipologias". Para isso, o cabeça-de-lista da coligação PSD-CDS-MPT-PPM-Aliança defende que é preciso reabilitar o património camarário, o que Medina também coloca no seu programa..No que diz respeito à Educação, o candidato do "Mais Lisboa" compromete-se a reduzir progressivamente os valores gastos pelas famílias com creches, tendo em vista assegurar que até ao final do mandato sejam gratuitas para todos os agregados que residam em Lisboa e cujo patamar de rendimento não exceda os limites definidos para o programa da Renda Acessível. Fernando Medina propõe-se ainda a requalificar as 25 escolas básicas e jardins de infância, a criar programas de alimentação saudável e criar uma estrutura multidisciplinar para prevenir, entre outras coisas, o abandono escolar e o bullying. O que Carlos Moedas também subscreve no seu programa, sendo que defende a criação de vales-desconto de acesso a creches e infantários, geridas por IPSS, para famílias de baixos rendimentos..A área da Saúde é uma das grandes apostas dos dois candidatos, não fora Lisboa uma cidade envelhecida. O candidato socialista propõe-se a dar início à construção de mais seis unidades de saúde de nova geração, com mais valências e especialidades de cuidados de saúde primários, e a promover a expansão da rede de cuidados continuados e paliativos através da construção de mais três centros intergeracionais e quatro unidades de cuidados continuados. O registo de propostas neste campo é vasto, no qual se insere a criação de um Observatório de Saúde de Lisboa para monitorização da população residente..O candidato da coligação "Novos Tempos" tem nas suas propostas mais emblemáticas a criação de um Seguro de Saúde gratuito para a população com mais de 65 anos que tenha dificuldades no acesso ao SNS. Mas Carlos Moedas também reivindica a concretização de mais oito novos centros de saúde e o reforço da rede de cuidados continuados e paliativos, com a construção de mais quatro de unidades dedicadas. O apoio à saúde mental também é defendido pelo candidato..A defesa de uma cidade servida por transportes e carros particulares elétricos é comum aos dois candidatos e ambos projetam uma Lisboa mais verde. Medina promete criar mesmo o primeiro Gabinete Municipal para Combate às Alterações Climáticas e promover a eficiência energética em edifícios públicos já existentes ou a construir..Esta é uma das medidas que Carlos Moedas também defende no seu programa, a par da implementação da plataforma Lisboa Sustentável, que congregue as forças vivas da cidade para o problema da sustentabilidade. O social-democrata também defende um programa de compras públicas sustentáveis e circulares..Os transportes e a mobilidade, dois dos problemas por resolver da cidade, também mobilizam os programas dos dois candidatos. Medina aposta na expansão do Metropolitano de Lisboa e na construção de um túnel ferroviário entre Algés e Cais do Sodré. Acena ainda com a reconstrução da 2.ª Circular e a revisão das praças de táxis, para permitir veículos elétricos, e promete a aquisição de 350 novos autocarros para a Carris até 2025, de baixas e zero emissões, entre outras coisas. O candidato da coligação PSD/CDS/MPT/PPM e Aliança, além de acenar com uma redução de 50% de desconto no estacionamento da EMEL para os residentes em Lisboa, quer eliminar a circulação de comboios à superfície no troço do Cais do Sodré até Algés. Carlos Moedas quer ainda introduzir o transporte coletivo gratuito para residentes menores de 18 anos, estudantes universitários, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência, desempregados..A pandemia e os problemas económicos que trouxe à cidade também estão espelhados no programa de Fernando Medina que prevê um conjunto de medidas de apoio ao comércio e serviços mais afetados. O autarca recandidato pensou a criação de uma equipa para a promoção da economia e inovação da cidade de Lisboa. E entre várias propostas de reforço do tecido económico consta a da instalação de um balcão único para a criação ou deslocalização de startups para a cidade de Lisboa, e promoção de relações bilaterais com os maiores ecossistemas de empreendedorismo e de inovação do mundo..Carlos Moedas pega na ideia da inovação e de Lisboa como uma "fábrica de unicórnios" e define um Plano estratégico a 10 anos para uma cidade inteligente, que potencie toda a oferta digital. Mas, no plano da economia, também quer um programa de apoio extraordinário ao tecido empresarial e, entre outras medidas para apoio dos lisboetas, aumentar a devolução da componente municipal do IRS para o valor máximo de 5%..Um, Medina, defende que se tire partido da comemoração do centenário do Parque Mayer para promover o conhecimento da história deste espaço e da sua importância para a história da cultura. O outro, Moedas, quer fazer daquele espaço "o ponto de encontro da cultura, ciência e das artes". O Parque Mayer é o ponto de contacto entre os dois candidatos no que diz respeito à política cultural da cidade. Medina aposta muito na criação de museus, como o da "Narrativa de Lisboa" ou da "descoberta" e promete um cheque-cultura para todos os jovens que cumpram 18 anos, a utilizar nos equipamentos culturais da cidade. Moedas defende que seja aumentado o financiamento deste setor e criar um teatro em cada freguesia da cidade.